segunda-feira, 6 de março de 2023

Minha luta. A História de Jonas Alexandre X.S


Meu nome é Jonas Alexandre Xerém da Silva. Nasci em 13 de março de 1989, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, continente da América. Em 1989, muitos fatos aconteceram, como: a inauguração da ferrovia do aço no Brasil, Ayrton Senna ganhou o prêmio de Mônaco, o Vasco ganhou o campeonato brasileiro, lançamento do Chevette 1.6 da Chevrolet, as novelas brasileiras Top Model e Que rei sou eu, protestos na Polônia e Romênia, o desastre do Exxon Valdez, os falecimentos de Hiro Hito do Japão, Ruhollah Khomeini do Irã e Guy Willians, Fernando Collor foi eleito presidente do Brasil, filmes como Batman, Rain Man, De volta pra o futuro 2 e Indiana Jones e a última cruzada, a queda do muro de Berlim, e quando a série do Jiraiya terminou.

Músicas nacionais como: No rancho fundo de Chitãozinho e Xororó, Direto no olhar da cantora Rosana, Tudo o que se quer de Emílio Santiago e Verônica, Adocica de Beto Barbosa, Nuvem de lágrimas de Fafá de Belém, e Lambada de Kaoma. 

Músicas internacionais também foram lançadas, como: Cherish de Madonna, Miss you Much de Janet Jackson, Heaven de Warrant, Lost in your eyes de Debbie Gibson, Patience de Guns N’Roses, D’ont wanna lose you de Gloria Stefan, Fast Car de Tracy Chapman e Harry Houdini de Kon Kan.

Fotos da minha mãe Cláudia e de meu pai Márcio comigo quando eu era recém-nascido.

Minha mãe Cláudia Lúcia Xerém e meu pai Márcio Machado da Silva se conheceram em Campo Grande, casaram e me trouxeram ao mundo. Eles me levavam de trem até Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul. Me levaram em Mangaratiba, estado do Rio de Janeiro, meus tios e meu bisavô Francisco me conheceram. Algum tempo depois, meu bisavô faleceu. Alguns anos depois eles se separaram, minha mãe foi a procura de emprego e me deixou com meus avôs Maurício e Josefa. No dia em que ela foi para a cidade, e estava de noite, ela me abraçou e me deu tchau e seguiu em frente, e fiquei olhando ela indo. Então fiquei com meus avôs no bairro Panorama, e naquela época maior parte era mata fechada, era a grande casa de madeira dos meus avôs, e algumas casas distantes, dali dava para ver os veículos passando na BR-163. Por algum tempo morei ali com eles, e junto também com meus tios que na época eram adolescentes, Vítor, Geraldo, Hilda e Davi. Lembro de algumas coisas dali o macaquinho que subia na árvore de frente da casa, quando eu brincava no quintal, dos meus tios Jorge, Júlia, Leila, Osmar, Hilda, Vitor e minha prima Juliety. Lembro que eu e meu tio Vítor estávamos sentados em frente da rua da casa, e quando passava uma mulher bonita, ele mandava eu dizer oi gatinha, e eu dizia: oi gatinha. E elas olhavam e sorriam. Meu avô Maurício gostava muito de mim, passeava comigo, e até dizia se alguém fizesse mal á mim, iria se meter com ele. Morei um tempo ali, até que um dia minha mãe voltou para me buscar, e fui embora com ela, me despedi dos meus avôs e tios, e foi a última vez que vi meu avô Maurício Machado da Silva.

Mudei me para uma casa com minha mãe ainda em 1994, e então conheci o seu novo esposo Paulo, um rapaz moreno de descendência indígena e até comprou vários brinquedos para mim. Uma vez, eu falei sem querer e sem saber que minha mãe era minha namorada, meu padrasto ouviu e me deu uma bronca, eu não sabia que isso era errado, ninguém nasce sabendo tudo, até mesmo quem já é adulto e idoso não sabe tudo e aprende algo novo todos os dias. Houve um dia em que eu passei muito mal e chorando com uma imensa dor na barriga, e então minha mãe me levou as pressas para a Santa Casa, e lá fiquei até receber alta.

1995

 Em 1995 nos mudamos para a Fazenda Ponte Alta em Ribas do Rio Pardo, enorme e moravam muitas pessoas ali. Na manhã seguinte acordei cedo, dei benção para minha mãe e esqueci de dá para o meu padrasto, me chamou a atenção e então eu dei benção pra ele. Fui na varanda e ali vi o sol nascer pela primeira vez, era uma manhã linda, o rádio estava ligando e estava tocando a música Catedral da cantora Zélia Duncan, e foi a primeira música que eu ouvi, aliás, não é bem a primeira, as que eu ouvia na casa dos meus avôs não me lembro mesmo, mas essa da Zélia Duncan para mim foi a primeira.

Na Fazenda Ponte Alta havia uma escola pequena, a primeira que eu frequentei, ali comecei a ler e escrever. Me lembro que quando eu estava assistindo televisão á noite, estava passando a novela Explode Coração na Rede Globo, o interessante é que na novela tinha uma campanha de crianças desaparecidas, pela primeira vez ouvi falar disso, e essa foi a primeira novela que assistir. Tomávamos banho no ribeirão da Lontra, onde até hoje tem uma velha ponte de madeira. Foi nessa fazenda também que eu tomei a vacina da febre amarela em agosto de 1995.

Algum tempo depois, nos mudamos para a Fazenda Recanto, próxima da Fazenda Ponte Alta, uma fazenda grande e moravam poucas pessoas.

Um certo dia, meu padrasto me levou para o galpão, encelou um cavalo para eu montar, fiquei com medo, mesmo assim, ele me colocou em do cavalo e me levou para o campo junto com os outros peões. Chegando lá, eu e me padrasto fomos em uma direção e outros peões em outra.

Um certo dia quando meu padrasto me levou de novo ao campo, eu, ele e os outros peões estávamos levando um rebanho de vacas a outra invernada por um corredor, eu não estava conduzindo corretamente. Com o passar dos dias, eu já tinha me tornado um peão. Lembro que minha mãe começou a me ensinar a ler e a escrever, porque na região da fazenda não tinha escola por perto. Passei bons momentos na Recanto, eu tomava banho no rio, montava nos bezerros, os peões da fazenda praticavam rodeio no mangueiro, já passeei na fazenda vizinha, e outros. Um certo dia, o capataz da fazenda e sua esposa se tornaram meus padrinhos de batismo numa igreja ortodoxa, e fui batizado.  Pena que eu não tenho as fotos do batismo, eu acho que até hoje estão guardadas com meus padrinhos. Me lembro dos filhos deles, duas moças jovens, menino que talvez tinha dez anos, e uma menininha mais nova do que eu que tinha seis anos. Lembro que eu brincava de rodeio de tambor também. Quando eu ia no mangueiro, eu observava como era feito, ali eu também ajudava os peões a marcar os bezerros novos com marcadores esquentados no fogo do botijão de gás. Quando eu podia brincar em casa, fiz uma miniatura de mangueiro parecido a do mangueiro da fazenda, ali eu colocava meus bois e cavalos de brinquedo.

Um certo dia, eu, minha mãe, meu padrasto o pessoal da fazenda fomos para Campo Grande fazer compras no mercado municipal, quando chegamos, eu comecei a escutar um baralho estranho, sim, era o trem da Rede Ferroviária Federal passando em frente ao mercado, conduzindo vagões tanques e seguindo para o estado de São Paulo, foi a primeira vez que conheci o trem. Passamos o natal e ano novo na fazenda.

Foto da minha madrinha. Eu sou o de casaco vermelho, azul e branco.

 Algum tempo depois em 1996, nos mudamos da Fazenda Recanto para Campo Grande, lá moramos pouco tempo e nos mudamos para a Fazenda Voltinha no sul de Ribas do Rio Pardo (MS). Ali tivemos bons momentos, tomávamos banho no córrego dia de domingo, íamos no campo colher guaviras, eu ajudava meu padrasto a tirar leite das vacas, etc. Nessa fazenda eu trabalhava de peão com meu padrasto nas invernadas. Um certo dia quando eu estava ajudando meu padrasto com os cavalos no mangueiro, por acidente levei um coice de um cavalo no estômago, e também num certo dia quando eu estava a cavalo no campo com meu padrasto, por acidente o cavalo se moveu rápido por meu lado e com sua pata traseira da esquerda pisou no meu pé direito, ainda bem que eu estava de botina, mas dor foi terrível e depois saiu até unha do dedão.

Numa certa noite, meu padrasto me pediu pra mim ir até o galpão pegar algo, numa distância mais ou menos cem metros da casa onde eu morava, fui de lanterna, quando eu estava voltando, escutei um lobo uivando, na hora subi na cerca do mangueiro e fiquei ali em cima e com medo, comecei a gritar socorro, meu padrasto escutou e foi lá me buscar. Cheguei em casa e minha mãe me abraçou. Naquela noite quando estávamos dormindo, escutei um rugido alto de onça e depois um tiro, e na manhã seguinte, fui com meu padrasto no pátio da fazenda, e eis que o fazendeiro Osvaldo tinha matado uma sucuri, cortou ela no meio e tinha uma galinha dentro dela, foi a primeira vez que vi um réptil desses e uma galinha morta também.

Lembro da Dona Carmem esposa do senhor Osvaldo, o filho deles, e um casal que moravam perto da casa onde eu morava. Me lembro também que eu brincava no quintal com meus brinquedos, fazia estradas e uma miniatura de fazenda. Me lembro que a tarde eu assistia o Jornal Hoje na Globo, a primeira notícia que me lembro foi quando terminou a guerra na Bósnia, e quando vi no Jornal Hoje o massacre do Eldorado do Carajás no Pará. Minha mãe me ensinava a ler, escrever e saber as cores. Ali passamos o natal e ano novo. Me lembro que em 1996 eu assistia a novela O rei do gado. Passamos o natal e o ano novo na fazenda.

Algum tempo depois no ano de 1997, nos mudamos da Fazenda Voltinha para Campo Grande para o bairro Jardim Colúmbia, ali moramos por pouco tempo numa casa de madeira. Depois nos mudamos para a Fazenda Botas, próxima da capital, uma fazenda bonita, mas não tinha energia.

Um certo dia, quando os funcionários estavam almoçando, a comida era feita pela minha mãe. Um rapaz moreno e de bigode estava ali na mesa almoçando, meu padrasto perguntou se ele comia pequi, o de bigode disse que não, meu padrasto com suas brincadeiras sem graças, colocou pequi no prato dele, ele não gostou, pegou o revólver e apontou na cara do meu padrasto e perguntou: Perdeu o respeito rapaz? E todos olhando. Meu padrasto pediu calma e desculpa a ele, e depois continuaram almoçando. Passando o tempo, eu minha mãe e meu padrasto passamos o natal e o ano novo na fazenda.

1998

 Em 1998, minha mãe me levou para eu morar com meus tios Suzana e Geraldo no bairro Moreninha I. Fui matriculado na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, na primeira série. Me lembro que quando morava com meus tios, eu gostava de assistir o programa Fantasia no SBT, olhando aquelas lindinhas, e também a novela Corpo Dourado na Globo. Eu ia para escola, aprendia as lições, mas eu comecei a ficar bagunceiro na escola, teve um dia que eu me sujei na hora do recreio e cheguei sujo na casa dos meus tios. Por causa das bagunças, meus tios pediram para minha mãe me buscar, e eu voltei pra Fazenda Botas.

Algum tempo depois, nos mudamos para a Fazenda Porto Alegre em Ribas do Rio Pardo, proprietário Perondi, moramos no retiro onde havia duas casas, um lugar bonito, ali passa um rego d’água onde eu tomava banho. Certo dia, a Jurema, nossa vizinha, veio correndo com seu filho Júnior que tinha mais ou menos quatro anos pedindo socorro, uma cobra havia entrado em sua casa, então minha e nós fomos até lá, minha mãe começou a procurar com cuidado a cobra, quando a viu, começou á ataca-la, a cobra saiu para fora e minha matou ela no rego d’água com um cabo de madeira. A Jurema agradeceu minha mãe. Ali moramos pouco tempo, e nos mudamos para parte sede da fazenda. Lembro que íamos fazer compras no mercado Aero Rancho, no bairro que tem esse mesmo nome, e quando minha mãe e meu padrasto compravam brinquedos para mim. Minha mãe ainda me dava aulas em casa, português e matemática. Lembro-me que naquele ano de 1998, vi na televisão o falecimento do cantor Leandro da antiga dupla Leandro e Leonardo, e muitas pessoas foram no seu velório. O país ficou de luto e os grandes cantores sertanejos lhe fizeram uma homenagem. Algum tempo depois, o fazendeiro Perondi nos mudou para a outra fazenda pertencente a ele, a Fazenda Poção, ali moramos eu, minha mãe e meu padrasto.

Um certo dia, eu ia trabalhar no campo, me lembro que eu acordei de madrugada, estava frio, e fui ajudar a trazer o rebanho para o mangueiro para vacinar. Um certo dia, meu padrasto estava me levando até o banheiro que ficava por lado de fora, entramos, quando de repente, saiu uma cobra debaixo da tábua, fiquei com medo, meu padrasto me colocou de trás dele, gritou minha mãe e mandou ela pegar um pedaço de madeira comprido, então meu padrasto matou a cobra. Tive bons momentos na fazenda, eu brincava no quintal com meus brinquedos e fazia minha fazendinha, dia de domingo eu assistia desenhos, e tomava banho rio onde tem uma cachoeira. Uma vez ali tiramos fotos, estava eu, minha mãe, meu padrasto e um casal que também moravam na Fazenda Porto Alegre e que também foram para a Fazenda Poção.

Um certo dia a tarde, meu padrasto me mandou entrar para casa, eu não queria, então ficou bravo, começou a correr atrás com um cinto de mim e eu comecei a gritar e correr no quintal, o capataz que estava ali por perto, viu e não gostou da atitude do meu padrasto, demitiu ele da fazenda.


Então, naquele mesmo ano de 1998, nos mudamos para Campo Grande no bairro Itamaracá numa casa de aluguel. Me lembro da dona da casa, de sua filha e seu filho surdo e mudo, e de quando eu brincava no quintal e no terreno de trás de casa. Ali passamos o natal e ano novo. 

 

1999

 Em 1999, minha mãe me matriculou na Escola Municipal Professora Oneida Ramos, fui para a Aceleração, porque eu estava muito atrasado, e nas outras fazendas que morei não tinha escola por perto. Já sabendo a ler e a escrever através da minha mãe, aprendi novas coisas e fiz amizades. Me lembro que minha mãe conheceu uma senhora no bairro Itamaracá e fez amizade com ela, íamos de vez em quando lá. Lembro que num certo dia quando fui sozinho passear na casa dessa senhora, amiga da minha mãe, eu conheci uma menina de pele branca, cabelo curto e que tinha quase meu tamanho, estávamos brincando pela casa, ela gostou de mim, ela tinha me dado beijo na boca, e eu gostei, então fomos atrás da casa escondidos e começamos a nos beijar kkk.

Um certo dia, meu padrasto tinha bebido, e começou a perturbar minha mãe, começaram a discutir um com o outro, fiquei com medo, então comecei a chamar uma vizinha que morava ali perto, mas não tinha ninguém ali, então quando o ônibus coletivo estava passando cheio de passageiros, meu padrasto parou, largou minha mãe e entrou para casa. Lembro que tínhamos uma cadela com o nome de Baleia, e lembro que eu assistia Chiquititas, Dragon Ball, G I Joe, as novelas Suave Veneno e Andando nas Nuvens. No final de junho, me despedi dos meus colegas de sala, minha mãe tirou fotos. Já no final de julho, me mudei para a Fazenda Serrilha, na vila do Aguão, na parte norte rural de Campo Grande. Ali conheci o Henrique, suas irmãs Eliane e Ariane e seus primos Moisés, Antunes e Lucas. O dono da fazenda se chamava Raul e sua esposa Geralda.


Eu, minha professora e meus colegas na Escola Municipal Professora Oneida Ramos.

Fui matriculado na Escola Municipal Orlandino de Oliveira Lima, ali estudei na primeira série e fiz novas amizades, a professora da sala era a Regina, e a diretora da escola era a Janete. Algum tempo depois, a diretora chamou minha mãe, conversou com ela, e disse que ia me passar para a segunda série para me adiantar, e fui. Acho que fui o primeiro talvez que ir de uma série para outra no mesmo. E já na segunda série, fiz novas amizades, e comecei aprender novas matérias. Me lembro da professora Hercília.

Um certo dia, participei do campeonato de futebol da escola, e ganhei uma medalha de honra ao mérito. Lembro de alguns amigos que conheci ali, Maria Eduarda e Fábio. Me lembro de quando eu brincava com o Henrique na fazenda, um dia eu, ele, suas irmãs e seus primos fomos tomar banho no rio, íamos muitas vezes lá. Me lembro quando uma comitiva tinha pousado ali na fazenda, estavam com um grande rebanho bovino. Eu ia de vez em quando na outra parte da Fazenda Serrilha, onde moravam o Antunes, Moisés, Lucas e seus pais. Me lembro que quando meu padrasto estava indo pegar um cavalo, rapidamente o animal deu um coice que acertou o rosto do meu padrasto. Rapidamente o pai do Henrique levou ele para o Posto de Saúde do Aguão, que era dentro da escola, e minha mãe tinha ido junto. Lembro quando eu assistia a TV Globinho junto com o Henrique na casa dele e assistíamos o desenho do X Men. Á noite, eu assistia a novela Terra Nostra. Me lembro de quando eu assistir o Jornal Nacional e vi o massacre de Columbine nos Estados Unidos. Antes do fim do ano, me mudei para a Fazenda Cascata, perto da Fazenda Serrilha, uma fazenda grande e moravam muitas pessoas ali. Passando algum tempo, passamos o natal, o ano novo e novo milênio. Essa foi minha vida nos anos noventa, eu gostava de escutar músicas de Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Cleiton e Camargo, João Paulo e Daniel e músicas internacionais.

2000

Lembro que em 2000, eu assistia A praça é nossa no SBT, fizeram um episódio em que o mundo havia acabado no ano 2000. Aprovado na segunda série, fui para terceira série. Lembro de um casal e seu pequeno filho que moravam na Fazenda Cascata. Depois eles se mudaram. Ali na fazenda tive bons momentos, brincava no quintal, passeava pela na fazenda e nos campos, tomava banho no rio, passeava na ordenha, etc. Certo dia, minha mãe ficou doente e teve que ir para Campo Grande, lá ficou algum tempo de repouso na casa dos meus tios Suzana e Geraldo.

Um certo dia, depois que minha mãe já tinha voltado, estávamos em casa, de repente, vi uma tempestade enorme de poeira vermelha vindo em direção da fazenda, então avisei minha mãe e fechamos toda a casa. A tempestade terminou e deixou tudo empoeirado onde passou. Lembro quando um casal e suas duas filhas de mais ou menos treze anos haviam se mudado do lado da casa onde eu morava, elas eram muito lindas, uma delas com o nome Jaqueline, já o nome de sua irmã eu não lembro. Lembro quando eu assistia o programa Gente Inocente na Globo, e a novela A mentira no SBT. Lembro que na escola, tive minha primeira aula de informática, e antes do início da aula, eu jogava Super Mário junto com o filho da diretora Janete na sala de informática. Lembro quando a esposa do capataz da fazenda levava eu e os adolescentes numa Chevrolet D-20 até o ponto do ônibus escolar. Me lembro de quando eu gostava de uma menina chamada Camila, branca, de cabelo meio enrolado e castanho escuro e de olhos verdes. Eu gostava muito dela, quando dizia para ela que era bonita e a elogiava, ficava brava comigo. Quando eu ensaiava a quadrilha, eu dançava com ela. Lembro de quando eu ia no ônibus escolar, passava na cachoeira do Inferninho e depois voltava para levar outros alunos para a escola. Quando fui dançar quadrilha na festa junina da escola, estava indo na Ford F-1000 junto com o pessoal da fazenda, cheguei atrasado, o pessoal já estava dançando e a Camila estava dançando com o Renato, que era muito inteligente em matemática. Então eu dancei com minha colega da escola, mas foi uma festa e tanto. Depois, eu e meus colegas soltava bombinhas em latas da Leite Ninho, a voava bem alto. Lembro quando vi no Jornal Nacional o desastre do submarino russo Kursk, cuja toda tripulação havia morrido.

Algum tempo depois, me mudei novamente para a Fazenda Serrilha, na outra parte dela, onde moravam Moisés, Antunes, Lucas e seus pais Zé e Maria. Moramos numa casa de madeira um pouco distante. Nessa parte da fazenda não tinha energia, apenas na casa do senhor Zé tinha um gerador a gasolina. Na casa onde eu morava, tinha que pegar água do poço, mas depois furaram o chão com canos de ferro, acharam água no lençol e colocaram um bombeador de mão. Numa certa noite, meu padrasto acordou e foi no banho que ficava por lado de fora, quando abriu a porta, viu uma assombração, um homem sentado no poço, desesperado, fechou a porta, eu acordei e escutei ele falando para minha mãe, ele ficou gelado de tanto medo, depois voltamos a dormir.

2001

Não me lembro onde passei o natal e o ano novo, em janeiro de 2001, fiquei na casa do Irmão do meu padrasto, casado e com dois filhos.

Depois voltei para a Fazenda Serrilha retiro, ajudei a arrumar a mudança e nos mudamos. Quando passei frente da escola, fiquei triste, estava triste por está mudando ali. Então nos mudamos para uma chácara, próxima das fazendas Figueira Branca e Pontal do Cachoeirão, no Distrito do Cachoeirão, município de Terenos.



Moramos pouco tempo nessa chácara, meu padrasto pediu demissão. Então, meu padrasto conseguiu emprego na Fazenda Pontal do Cachoeirão e nos mudamos para lá, uma grande e linda fazenda. No segundo dia, comecei escutar um barulho alto de motor, quando olhei, era o trem passando em frente á fazenda, fiquei feliz em saber que ali fica a ferrovia, e várias vezes eu olhava o trem passar.

No mês de fevereiro, comecei a acordar as quatro horas da madrugada, minha mãe e as vezes meu padrasto me levavam com lanterna até o ponto da Kombi escolar, e de lá ia para a Escola Municipal Antônio Pires de Albuquerque, no Distrito do Cachoeirão, onde fui matriculado. Lá fiz novas amizades, os nomes que me lembro são: Elvira, Júnior e Lucas irmãos da Elvira, Gabriela, Paula, Lucas Mendes, César, Hevanderson, Gislaine, Camila e sua irmã Elina. Já o Luís Antônio e seu irmão Fábio Júnior estudavam no município de Terenos. Já na escola Albuquerque, haviam apenas duas salas, a de trás era a primeira e a segunda séries juntas, cuja professora era a Cecília mãe da Camila e Elina, e na outra sala a primeira, era a terceira e a quarta séries juntas, cuja professora era a Clemência mãe do Lucas. Eu já aprovado na terceira série no Aguão, fui para a quarta, e novas matérias comecei a aprender. Na fazenda, como sempre, brincava pelos campos e fazia minha miniatura de fazenda. Minha mãe cozinhava bem, como também nas outras fazendas que moramos, fazia queijo e assava pão. Eu ia de vez em quando no retiro da fazenda brincar com meus amigos, não me lembro o nome deles, um tinha quinze anos, outro tinha doze e a mais nova oito. Antes de mim mudar nessa fazenda, haviam na parte do retiro uma escola e várias salas e plantavam café, até hoje tem o barracão onde secam e torravam o café.

Quando me mudei, esses já não estavam funcionando. Antes, a fazenda tinha o nome de Tomy. Na escola, eu aprendia e brincava com meus colegas, lembro que nós entravamos numa matinha do lado da escola e andávamos ali. Lembro da minha colega Lidiane, bela, cabelo preto e de pele morena, eu achava ela bonita, e um dia quando elogiei ela, ficou brava e disse: Sai diabo. Meus colegas meninos ficaram com pena e acharam ela ignorante. Esse foi o pior fora que já recebi na vida de uma menina, e lindinha. No mês de julho, passei minhas férias na casa dos meus tios Geraldo e Suzana. Eu e meu primo Thiago jogávamos vídeo game, o Super Nitendo, jogávamos Top Gear 3000, Super Stars Soccer, Sunset Riders e Super Mário Bros.

No fim das férias, voltei para a fazenda. Lembro que na escola eu fazia teatro de fantoches, meus colegas davam risada das minhas histórias, e até tacavam papel amassado. Certo dia, quando cheguei da escola, eu almocei, depois fiquei assistindo televisão vendo a Rede Globo, estavam filmando dois prédios, de repente, um avião bateu em deles, fiquei impressionado, eu achei que era um filme, quando minha mãe foi na sala e viu, ficou assustada, e de repente de novo, outro avião bate no prédio. Não era um filme, era um ataque terrorista nas Torres Gêmeas em Nova York, E.U.A, onze de setembro. Foi uma notícia assustadora, pior as que eu vi, como o massacre no Eldorado do Carajás e de Columbine nos E.U.A. No dia seguinte, cometamos sobre isso na escola, e até fizemos uma redação na sala de aula. Em casa nas horas vagas, eu assistia filmes na Globo e SBT, brincava no quintal de casa.

Um certo dia na escola, não me lembro o motivo, eu e meu amigo Hevanderson brigamos um com o outro, quando eu fui atacar ele, a professora Cecília apareceu e interrompeu a nossa briga, e levamos um boletim. Me lembro quando eu e o pessoal fomos no balneário do Joel, tomamos e nos divertimos.

 

2002

 Passando o tempo, as aulas acabaram, e eu passei de ano, e passei as férias de janeiro de 2002 na casa dos meus tios Suzana e Geraldo. Em fevereiro retornei as aulas, ainda acordando as quatro da madrugada, indo de Kombi até a escola Albuquerque, lá eu, Fábio Júnior e seu irmão Luís Antônio esperávamos o ônibus, íamos para Terenos. Cheguei então na Escola Estadual Antônio Valadares, onde fui matriculado, minha sala a quinta série A, a Camila e a Gislaine também foram da mesma sala. No primeiro dia de aula, conheci minha turma e a professora de matemática Carla Diniz, e uma surpresa, a minha amiga Maria Eduarda que estudou comigo na escola do Aguão em Campo Grande, estava na mesma. A turma da quinta série era maravilhosa, eu gostava muito dali. Certo dia, minha professora Carla me disse que meu nome não estava lista de chamada, ela me disse para ir até diretoria, quando cheguei lá, a diretora me disse que eu era da quinta série C, fiquei chateado, e então fui para essa sala. Quando entrei, uma turma diferente da outra que eu estava, e ali estavam meus amigos Fábio Júnior e Luís Antônio. Um dos alunos me perguntou se eu queria entrar na gangue dele e de outros meninos, eu disse não. Eu sentia falta da outra sala, me sentia triste. Alguns dias depois, convenci a diretora pra mim voltar para outra sala, ela concordou e eu voltei, fiquei muito feliz. Como era bom vir e volta de ônibus da escola, o ônibus ficava lotado de alunos, mas todos sentados, lembro que a Camila gostava de sentar do meu lado, uns conversam, outros bagunçavam e outros namoravam, que tinha cada lindinha nesse ônibus, e também na escola.

Um certo dia, um novo capaz chamado Cláudio havia se mudado para a fazenda, junto com sua esposa Amália e seus filhos Éder e Eliane eram jovens. Um certo dia, quando eu estava indo para a escola no ônibus, olhei para a Camila, algo nela me chamou atenção, não sei direito, mas eu me apaixonei por ela. Na sala de aula, eu ficava olhando pra ela. Em junho, começou a copa do Japão e Coreia do Sul, me lembro que eu, minha mãe e meu padrasto, assistíamos partidas de madrugada em casa, me lembro dos jogadores Cafu, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, técnico Felipão, e os grandes goleiros da Alemanha e Turquia. Na escola, os alunos fizeram desenhos no muro da escola.

Um certo dia no mês de junho, não me lembro o motivo, mas, a diretora da escola me retornou para a sala da quinta série C, arrumei minha mochila e comecei a chorar e todos da sala olhando, passando no corredor, alguns alunos da quinta série B e da senta série A escutaram meu choro e ficaram olhando da porta, eu não queria entrar, mas fui forçado e entrei, sentei e todos olhando. Para mim foi um dia muito triste, humilhante e agoniante. Quando chegava a hora do lanche, eu e a minha turma da sala fazíamos fila, quando eu chegava em frente da quinta série A, eu ficava olhando, e toda vez era assim. Tive que me acostumar na sala, alguns da sala eram bagunceiros, tinha colegas legais, como a Regiane e a Neide, que era a aluna mais de idade da escola, quarenta e dois anos.

Um dia, eu peguei uma presilha de prender o cabelo escondido da minha mãe, quando cheguei na escola, pedi para a Gislaine dá para a Camila, ela não gostou e pediu para Gislaine me devolver. Fiquei triste, minhas amigas da sala ficaram com pena de mim. A Camila nem mesmo gostou do fato de mim estar apaixonado por ela, não sentou mais comigo no ônibus e não mais falou comigo. Não foi fácil. No final da Copa, assistir a última partida, o Brasil ganhou da Alemanha nos pênaltis e foi Penta Campeão. Certo dia, quando cheguei na escola, entrei na sala e vi a Regiane chorando e minhas amigas a consolando, perguntei o que tinha acontecido, ela disse que a nossa colega de sala a Neide tinha falecido, fiquei triste. Então a diretora da escola colocou a escola de luto, eu e todos os alunos fomos no seu velório. Lá estavam os parentes da Neide, quando eu vi ela no caixão, pensei comigo mesmo porque a pele dela estava cinza. Pela primeira vez perdi uma amiga, pela primeira vez vi a morte na minha frente, mas eu não entendia disso na época. Depois do enterro, todos voltaram para a escola. Lembro que comecei a trabalhar de peão com meu padrasto Paulo, senhor Cláudio e seu filho Éder. Não era fácil, as vacas da raça Nelore quando ganharam bezerros, ficaram mais agressivas e até avançavam em nós mesmo em cima dos cavalos. As vezes eu não trabalhava direito no campo, parecia que algo tinha afetado meu cérebro, antes quando eu trabalhava de peão nas outras fazendas fazia tudo correto. Quando eu não trabalhava direito, meu padrasto ficava bravo comigo, me xingava e me ameaçava com o chicote de bater em cavalo.

Algumas vezes meu padrasto discutia com minha mãe. Um certo domingo ele pegou a carne que ela assou para o almoço de domingo e jogou no quintal. Sem falar quando ele bebeu e ficou bêbado em casa, ele pediu mais um copo de pinga, como a pinga já estava acabando, enchi todo o copo para acabar a porcaria da bebida e a embriagues maldita dele, e ainda perguntou por eu enchi tanto o copo. Eu devia ter jogo a metade na pia da cozinha, teria sido melhor.

Um certo dia, eu, meu padrasto e o Éder estávamos no campo do Galpão domando dois cavalos, um de cor preta e outro de cor vermelho escuro, meu padrasto laçou o de vermelho escuro e o Éder ficou segurando, de repente o cavalo empinou muito alto, caiu para trás, bateu a cabeça no chão e começou a sair muito sangue do nariz dele, ele acabou morrendo. Depois disso, eu na minha casa fiquei olhando o cavalo preto vendo seu parceiro ou irmão caído morto, e estava chovendo naquela tarde. As vezes em casa eu ficava pensando na Camila e ainda apaixonado por ela. Lembro quando assistia a novela Esperança da Rede Globo e Amigas e Rivais do SBT. Me lembro que eu avistava um morro em frente da entrada da chácara dos pais da Elvira, Lucas e Júnior, eu chamei o morro de Morro do Carro. Algum tempo depois, o senhor Cláudio despediu o meu padrasto da fazenda devido uma discussão entre eles. Alguns dias peguei o ônibus da escola do Distrito do Cachoeirão á Terenos, tive minha última viagem no ônibus junto com o pessoal. Eu senti saudades disso, quando eu ia e voltava no ônibus cheio de alunos. Nos mudamos para Terenos, eu estava ruim em matemática, então minha mãe me colocou no reforço e pagava a moça que me ensinava na casa dela, e alguns alunos também. Quando terminava a aula na escola, eu ficava olhando meus colegas entrando no ônibus e vendo eles voltando para suas casas. No último dia de aula no mês de novembro, me despedi da escola, pela última vez vi meus colegas, pela última vez vi a Camila, ela entrando no ônibus e partindo com todos ali para casa. Minha mãe tinha ido na escola, quando chegou em casa disse que eu havia passado de ano. Um certo dia, o senhor Cláudio, dona Amália nos visitaram. Esse foi 2002 para mim, foi um ano meio difícil, as melhores coisas que foram boas para mim nesse ano foi quando eu era da sala da quinta série A e quando o Brasil foi pentacampeão, mas eu ainda ficava com a Camila no pensamento.

No mês dezembro nos mudamos para a Fazenda Herança em Terenos saída para Dois Irmãos do Buriti, na rodovia MS-355, uma fazenda grande onde moravam poucas pessoas, e também a fazendas de muitas cobras, o lugar mais perigoso que já morei, talvez até hoje ainda tenha, mas o problema é que quatro casas da fazenda são próximas de uma área de mata fechada, onde moram as cobras, enquanto a sede e uma outra casa ficam numa parte alta e distantes das outras quatro casas e da mata, mas um lugar seguro.

Algumas vezes, quando eu brincava no quintal, ficava lembrando e sentindo saudades da turma do ônibus, da Fazenda Pontal do Cachoeirão, da Escola Antônio Valadares e também da Camila, não era fácil. Lembro em um certo dia, quando eu estava arrumando meus carrinhos, uma cobra Capitão do Mato passou por de trás de mim e subiu no pé de manga, corri em casa e avisei minha mãe, e meu padrasto pegou a enxada, sacudiu a árvore, e quando a cobra desceu, ele matou ela. Passamos o natal e ano novo na fazenda.

 

2003

Em janeiro de 2003, fui passar as férias na casa dos meus tios Geraldo e Suzana, eles e os outros tinham chegado de Mangaratiba, estado do Rio de Janeiro, e lá fiquei até o fim do mês.

 

No mesmo mês, eu, minha mãe e meu padrasto nos mudamos para a Fazenda Jaraguá em Terenos, na BR-262, fundada em 1939, grande e bonita, fiz novas amizades, os nomes que me lembro são: Diego, Denis e Valdir. Fui matriculado na Escola Estadual Antônio Nogueira da Fonseca em Terenos, ali fiz novas amizades e estudei na parte na tarde na sexta série. Na fazenda, eu brincava com meus amigos, eu fazia minha miniatura de fazenda, eu o Denis fazíamos carrinhos de lata de óleo de cozinha e tela de zinco, jogávamos bola no campo de futebol e de pega-pega em cima da árvore. Certo dia, um casal e seus filhos haviam se mudado na fazenda, um deles era o Jackson e seu irmão mais velho Fernando Augusto. Lembro que eu e meus amigos brincávamos numa velha casa e quando pescamos na lagoa da fazenda. Na escola, eu aprendia novas matérias, brincava no recreio, fazia educação física, eu e o pessoal da escola assistimos os filmes Joana D’arc e Harry Potter e a Pedra Filosofal. Lembro de alguns amigos da escola, Hudson, Tafaedy, Guto, Ivan, Jaimes, Samuel, Franceldes e suas irmãs Francilda e Francielli. Certo dia, novos alunos chegaram na escola, os nomes que me lembro são: Lucas, Anderson, Edson, André, Willian, Paula, Rosana, Fernanda, o outro André e sua irmã Adriana. Lembro uma vez quando eu assistir o programa do Fantástico e vi o documentário falando do assassinato de John Kennedy em 1963 que foi presidente dos Estados Unidos. Em de manhã, eu assistia desenhos na Globo e SBT, fazia o dever da escola e estudava para as provas. Certo dia, quando eu e meus amigos estávamos voltando para casa na Kombi escolar, o trem estava passando devagar sentido a Corumbá, quando chegamos na entrada da Fazenda Jaraguá, o trem ainda estava longe, meus amigos birutas, colocaram pedras pequenas e grandes nos trilhos da ferrovia, eu fiquei pensando se o trem poderia cair, então fui lá e tirei as pedras, o trem estava chegando e o maquinista buzinou, mas consegui tirar as pedras rapidamente e o trem passou.

Quando cheguei em casa, contei para minha mãe e meu padrasto o que havia acontecido, ele disse que fiz errado em ter ficado no meio da ferrovia e disse que o trem tiraria as pedras com seus limpa trilho, mas eu não sabia, mas talvez eu evitei um acidente e as consequências dos meus amigos, e poderia ter sobrado para mim também. Um certo dia na escola, teve uma competição de futebol, cada sala criou seu time, eu e meus amigos estávamos pensando qual seria o nome do nosso time, então eu sugerir Capivara, meus amigos acharam legal e aceitaram, porque eu as vezes falava brincando: Você está capivarando. Meus amigos achavam engraçado. Fui o capital do time, jogamos bem, mas o outro time ganhou a competição, mas ganhamos medalhas da Fundesporte Ms. Em junho, ensaiei quadrilha, e no dia da festa junina eu dancei, e para minha surpresa, vi a professora Carla Diniz, minha ex professora de matemática e cumprimentei ela e sua filha.

No mês de julho, não me lembro se meu padrasto foi demitido ou se demitiu da fazenda, e nos mudamos para a fábrica da Zaman em frente a Associação Rural Pantanal em Terenos, um lugar bonito e sossegado. Pela primeira vez morei em uma fábrica, consegui as máquinas, como eles moíam o milho e ensaca, porém trabalha meu padrasto e menos de dez rapazes, minha mãe trabalhava na cantina onde ela fazia a comida para os funcionários. Quando acabaram as férias de julho, retornei a escola, quando eu estava esperando a kombi escolar em frente a fábrica, ela chegou e para minha surpresa estavam o Lucas. Anderson, Edison, André, Willian, Paula, Rosana, o outro André e sua irmã Adriana, ficaram surpresos também quando me viram, entrei e começamos a conversar.

Um certo dia, eu e o pessoal da escola visitamos a fábrica da Coca Cola, vimos como funciona a produção e assistimos um filme contando a história da empresa. Depois de alguns meses nos mudamos para a Vila Entroncamento no Indubrasil, Campo Grande.

 Moramos em uma casa de aluguel, e meu padrasto foi trabalhar no aeroporto da cidade. Certa vez, eu e o pessoal da escola fomos no balneário do Joel no Distrito do Cachoeirão, fomos de ônibus, no caminho, o município de Terenos, comecei a lembrar da Escola Antônio Valadares, vi os lugares que eu via quando eu vinha no ônibus escolar e avistei a Fazenda Nova Várzea Alegre, onde a Camila, seus pais e irmãos moraram. Tomamos bastante banho no balneário, e a tarde voltamos para casa. Já no final das aulas na escola, fiquei de exame de matemática. Meu vizinho que morava do lado da minha casa, era casado e tinha um filho pequeno, ele trabalhava com eletrônica e também muito inteligente em matemática, então ele me ajudou e deu aula de reforço sem cobrar nada. Com o tempo, eu já estava preparado, no dia da prova, fiz tudo correto.

Quando voltei para a escola para saber o resultado, a diretora me perguntou sorrindo. Você acha que passou de ano? Eu disse meio triste: Acho que não. Então ela disse que eu passei, e fiquei feliz, joguei meu boné para cima, mas acabou caindo em cima do telhado da casa. Meus amigos riram e eu também. Em dezembro, minha mãe conseguiu emprego em na Fazenda Campina em Campo Grande. Então num certo dia de manhã, minha chegou em casa, meu padrasto já tinha ido para o serviço, então ela disse para arrumar as coisas de pressa, ou seja, estávamos fugindo do meu padrasto. Levamos algumas coisas como roupas, fotografias, meus brinquedos e documentos, já a maior parte ficou na casa, e então fomos. Passamos na casa dos meus tios Geraldo e Suzana e ele permitiram deixarmos algumas coisas lá. Fomos para a fazenda, junto com o senhor Bita e dona Soraia, os donos da fazenda, uma fazenda pequena e muito antiga, fica perto do rio Anhanduizinho. Conheci o Otaviano, que se tornou capataz da fazenda, Doca, filho do senhor Bita e dona Soraia e sua namorada. Passamos o natal e ano novo ali.


2004

 Em janeiro de 2004, eu ainda estava morando ali, tive bons momentos, e ruins também, o Otaviano começou a agir com ignorância comigo, não sabia falar direito comigo e ficava bravo quando não fazia as coisas direito. Nesses anos em que morei em fazendas, aprendi uma coisa, cavalos xucros levam dias para ficarem mansos, já os seres humanos xucros levam anos.

No final de janeiro, eu e minha mãe saímos da fazenda, por que ali não tinha escola por perto, então fui morar na casa dos meus tios Geraldo e Suzana no bairro Moreninha 1, já minha mãe conseguiu um emprego de doméstica e teve que morar em um quarto na casa de seus patrões. Fui matriculado na Escola Estadual Professora Izaura Higa na sala sétima série A, ainda bem que aqui eu não transferido na outra turma, como aconteceu na Escola Antônio Valadares em 2002 que foi um dia CRUEL. Fiz novas amizades, os nomes que me lembro são: Lincoln, Aline, James, Marcelo, Jesus, Josias, André, Adrielle e minha colega de sobrenome Monte Negro, e minhas professoras: Ecleonice de português, Maria de matemática e Marisa de geografia. Na casa dos meus tios moravam eu, meu primo Thiago e sua mãe Andréa, minha prima Larissa e sua mãe Adriana, minha prima Fabiana e minha prima Inácia, todos na mesma casa. No final do mês, minha mãe vinha me visitar e me dava dinheiro, e quando completei quinze anos, ganhei um tênis da minha mãe e um relógio do tio Geraldo, mas não lembro o que ganhei dos outros.

Na escola, eu aprendia as matérias, fazia educação física, brincava e conversava na hora do recreio, e olhava para as lindinhas. Lembro que eu e meus primos, Thiago, Fabiana, Larissa e Erick jogamos pela primeira vez o jogo do Resident Evil 3 em espanhol, era de noite e conseguimos passar algumas fases do jogo. Eu, Thiago, Larissa, Fabiana, Nathan, Renan, Renara, Rafael jogávamos bola, bete ombro, e esconde-esconde. Um dia, quando eu e o Thiago estávamos jogando bola na garagem de casa, sem querer acertamos a copa da lâmpada e quebrou no chão, mas terrível foi quando também estávamos jogando bola atrás da casa, quando eu chutei a bola, acertei o registro do botijão de gás, saímos correndo, vazou tudo, todos da casa ficaram assustados, e meus tios bravos comigo e com o Thiago. Lembro que quando eu e meus primos, assistimos o filme Dinotopia no canal do SBT onde dois jovens descobrem um mundo onde pessoas e dinossauros vivem juntos, pela segunda vez eu assistir, foi então que eu tive a ideia de criar um país imaginário, e coloquei o nome de Dinopólia, comecei a criar o mapa, as cidades e o idioma. No meu livro de geografia, conheci todos os países, decorei seus nomes, capitais e bandeiras, e tive facilidade nessa matéria. Quando eu disse isso aos meus colegas, eles me perguntavam, eu respondia e eles confirmavam e ficavam impressionados. Também tive facilidade em história. Aos domingos, eu e meus primos íamos na missa da igreja Nossa Senhora das Graças no bairro Moreninha 2.

 Eu me perguntava no pensamento porque padres e freiras não podiam casar, porque a missa era mesma coisa todas as quartas e domingos, porque os evangélicos eram diferentes dos católicos e porque eu que era católico não podia ir em outra igreja. Eram perguntas sem respostas, e não tinha ninguém para me explicar e ensinar essas coisas. No mês de julho, conheci meus tios João Carlos e Maria e meus primos Emílio Júnior, Talita e Jenifer, eles tinham vindo passar as férias em casa, foi muito legal. Em 13 de agosto, eu assistir a abertura dos jogos olímpicos de Atenas capital da Grécia, fiquei impressionado e achei legal quando vi as delegações com suas bandeiras. Na escola, fizemos as bandeiras dos países participantes das olimpíadas e das modalidades. No final dos jogos, assistir a cerimônia de encerramento.  Lembro que eu fazia história em quadrinhos, os nomes que eu tinha inventado era Texas Bang, Ferrari Blindada e O Safári na África do Sul. Meus primos achavam engraçado. Lembro quando eu subir no andar da casa, fiquei olhando a vista da cidade na janela do quartinho, foi quando eu avistei o bairro Indubrasil onde eu morei perto ali, e foi então que percebi que naquela direção fica a fábrica Zamam, a Fazenda Jaraguá, Terenos e o Distrito do Cachoeirão. Comecei a lembrar dos bons momentos que tive nesses lugares, e várias vezes eu ficava ali olhando na janela. Nos dias vagos, eu e o Thiago jogávamos no seu Play Station o Resident Evil 3, Twister Metal 4, futebol, e Scooby Doo. Lembro de quando tinha almoço nos reuníamos em família na casa do tio André, ele era muito sistemático, gostava de escutar Polca paraguaia e tomar mate. Eu e meus primos brincávamos de futebol e castelo de areia no campo de areia. O tempo foi passando, no final das aulas, passei de ano, passei o natal e ano novo em família na casa do tio André. Nem todos tiveram um bom natal e ano novo, lembro quando vi na televisão o Tsunami que atingiu Tailândia, Indonésia, índia e Sri Lanka. Foi terrível.

 

2005

 Em janeiro de 2005, passei as férias com minha mãe no serviço dela, seus patrões haviam viajado, ali eu desenhava e tomava banho na piscina. Lembro que eu comecei a assistir mini série Mad Maria no canal da Globo, eu gostava muito. Em fevereiro começaram as aulas, estudei na escola Izaura Higa até a metade de do mês de março, me despedi dos meus colegas, professores, dos meus tios e primos, porque eu e minha mãe nos mudamos para uma casa alugada no bairro Santa Fé, perto do serviço dela. Comecei a estudar na Escola Municipal Professora Danda Nunes do lado da Avenida Mato Grosso, estudei na oitava série na parte da noite, ali fiz novas amizades, os nomes que me lembro são: Aline, Seychilistane, Paulo, Vital, Renan e Sandro. Lembro que quando estava na sala de aula, a professora de Geografia perguntou a classe o que significa U.R.S.S, eu como sabia respondi: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A professora confirmou a resposta e meus colegas ficaram impressionados. No recreio, eu conversava com meus colegas. Certo dia, descobri que tinha uma biblioteca na escola, então na hora do recreio comecei a ficar lá, eu olhava livros de história, geografia, atlas e enciclopédias, foi ali que minha sabedoria começou a crescer mais e mais, aprendi a fazer mapas e desenhos dos livros que eu olhava, e toda vez na hora do recreio eu ia na biblioteca. Lembro que quando cheguei da escola, assistir pela primeira vez o filme do Resident Evil o Hóspede Maldito no canal da Globo e quando assistir o último capítulo de Mad Maria. Lembro quando minha mãe namorou um rapaz moreno, ele era evangélico, mas fanático. Um certo dia, ele me levou para ir na igreja dele a Universal, tinha poucas pessoas ali, quando começaram a orar muito alto e gritando, achei aquilo espantoso e eu não quis ir mais ali.

Comecei a trabalhar de servente com ele em uma construção de casas, trabalhei pouco tem ali. Esse rapaz além de fanático, agia com ignorância comigo, mas nunca encostou a mão em mim, não estava mais aguentando, contei para minha mãe, ela não gostou e terminou o namoro com ele. Graças a deus, poderia ser mais um xucro na minha vida e da minha mãe. Lembro que eu gostava de assistir a novela Rebelde no canal do SBT e América na Globo. Me lembro quando assistia as notícias no Jornal Nacional, e uma delas foi o do Mensalão e dólares na cueca.   

Com o passar do tempo, chegaram o final das aulas, passei de ano, eu e minha passamos o natal e ano novo em casa.

 

2006

 Em 2006, eu e minha mãe ainda estávamos morando no bairro Santa Fé, minha já estava trabalhando em outra casa no bairro Jardim Autonomista, lá eu comecei a trabalhar de limpar o quintal da casa duas ou três vezes por semana, os patrões da minha mãe eram Luciene e Mathias e suas filhas Vitória e Káren. Comecei a estudar na Escola Estadual Maria Eliza Bocayuva Corrêa da Costa no bairro Vila Margarida, ali entrei no primeiro ano do ensino médio na parte da noite, e fiz novas amizades, Marialva, Jodair, José, Tamires, Vital, que estudou na Escola Danda Nunes, Tatiane, Evanderson, Camila Salin, Ederaldo Juquinha, Endrius, Jéssica Laurentin, Fernando, Fabiano, Rosemeire, Ordex e outros. Lembro quando assistir no Jornal Nacional e vi o primeiro brasileiro indo ao espaço, Marcos César Pontes, 29 de março no cosmódromo de Baykonur, Cazaquistão. Em junho, havia começado a copa da Alemanha, a primeira partida que assistir foi Brasil e Croácia, minha mãe estava namorando com um rapaz moreno chamado Ederaldo, e alguns dias depois, nos mudamos com ele para uma casa alugada no bairro Jardim Campo Verde limite com o bairro Nova Lima, a dona da casa dona Fátima, nós moramos na casa da frente e a de cima a casa da dona Fátima. Em 2006 eu tirei o meu CPF.

 Na escola, eu aprendia novas matérias, conversava com meus colegas na hora do recreio e as vezes eu ia na biblioteca. Lembro que duas jovens da escola discutiram e brigaram com causa de um rapaz na hora do recreio. Lembro que eu gostava de uma jovem da escola chamada Rozana, muito bonita, mas eu acabei desistindo de conquistá-la. Resumindo 2006, passei de ano, eu e minha mãe passamos o natal e ano novo com a família na casa do tio André.

 

2007

 Em 2007 comecei a estudar no segundo do ensino médio na mesma escola e a noite. Lembro que em um certo dia eu mostrei meus desenhos para minha professora de artes, ela ficou impressionada, então ela levou meus desenhos para o NAAHS (Núcleo de Atividades Auto Habilidades Super Dotação, as psicólogas Laura e Bethe conversaram comigo, fizeram algumas perguntas, eu tímido e quieto, falei um pouco da minha história. Elas me pediram para mim fazer um desenho qualquer, eu não sei o que aconteceu, mas não consegui fazer desenho nenhum. Depois de terem feito essa análise em mim, Laura e Bethe chamaram minha mãe, conversaram com ela e disseram que eu tenho Síndrome de Asperger, (S.A), também conhecida por Transtorno de Asperger ou simplesmente Asperger é uma condição psiquiátrica do espectro autista caracterizada por dificuldades significativas na interação social e comunicação não verbal, além de padrões de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Difere de outros transtornos do espectro autista pelo desenvolvimento típico da linguagem e cognição.

Disseram que eu tinha direito ao passe livre, fui na ASSETUR e fiz.

Comecei a frequentar o NAAHS, lá fiz novas amizades e participava das oficinas. Houve um tempo em que eu comecei a pensar na Camila, minha amiga que eu conheci em Terenos, comecei a lembrar dos momentos que tive lá, eu tinha saudades, e a Camila não saía da minha mente, eu ainda gostava dela, mas não sabia o que fazer, quase todos os dias eu pensava nela. De manhã e a tarde eu ficava em casa fazendo os deveres da escola e fazia meus desenhos e mapas. Lembro que fazia pesquisas no Google no computador dos meus tios Geraldo e Suzana, lembro que pesquisei sobre as ferrovias do Brasil, fiquei impressionado e feliz com o projeto de novas ferrovias. Em certo dia, eu passei o final de semana na casa dos tios Geraldo e Suzana, a noite eu fui dormir. Horas depois eu acordei, vi a luz acesa e vi que eu estava dentro do banheiro térreo, me perguntei como e o que eu estava fazendo ali. Subir para o andar de cima e meus tios e primos estavam perto do computador caído no chão e disseram que eu que derrubei, falei que não fui eu e disse que eu acordei no banheiro, então perceberam que eu estava sonâmbulo, fiquei espantado, depois fomos dormir. Eu e meus primos brincávamos de esconde-esconde e pega-pega. Lembro quando minha prima Inácia que morava com meus tios Geraldo e Suzana ficou com câncer, ela sentia dores no corpo quando ia deitar na cama, ela fez o tratamento, mas alguns meses depois ela morreu, foi muito triste. Lembro quando em 2007 eu conheci meus tios Célia e Zezinho, Vinícios, Luciano, Francisco o Chicão, Hevlini e Toninho. Tive bons momentos na escola, mas o ruim é que alguns colegas meus matavam aula e me chamavam para ir junto, mas eu não ia para não me prejudicar no final do ano. Passei de ano. Em dezembro, viajei com meu tio Geraldo e meus primos Thiago, Larissa e Bianca, fomos para Mangaratiba no estado do Rio de Janeiro, fomos de carro e saímos de madrugada pela rodovia, fiquei impressionado quando passamos na represa de Jupiá, passamos pelo estado de São Paulo, belas paisagens, plantações, trens e cidades. Passamos por dentro da cidade de São Paulo, vi e sentir o mal cheiro do rio Tietê. Pousamos em um hotel em Aparecida. Na manhã seguinte acordamos, eu vi passando o trem da MRS em frente do hotel, depois seguindo viagem, entramos no estado do Rio de Janeiro e fiquei impressionado com os contornos da BR-116 pelas serras. Horas depois chegamos em Mangaratiba, conheci meus tios Chiquinho, Marlene e meus primos Yuri e Yumi, depois conheci meus outros tios Getúlio Andreia Aguiar, Conheci Mangaratiba, andei na praça e tomei banho no mar pela primeira vez e sentir a forte salinidade da água. Passamos o natal e ano novo por lá.


2008

 Já no ano de 2008, eu estava esperando minha vó Genilce aparecer na casa dos meus tios Chiquinho e Marlene para me conhecer, mas ela não apareceu, então escrevi uma carta para ela. Ficamos mais uma semana no município e depois voltamos para casa.

 Em fevereiro comecei a estudar no terceiro ano também a noite, novos alunos chegaram na escola, e continuei frequentando o NAAHS, eu fazia pesquisas no Google e descobri várias coisas. Lembro dos professores da escola, o Edgar de história, Tânia Maria de geografia, Cristiane de inglês, Lucélia de português, Reni de literatura e Transval. O NAAHS havia me encaminhado para o AMA (Associação de Pais e Amigos do Autista), lá eu fazia terapia com psicóloga Cláudia, me fazia perguntas, mas eu falava pouco porque eu era muito quieto e tímido como era antes. Com o tempo fui me acostumando, participando das terapias, atividades e comia na hora do lanche. Era na parte da manhã.

Ás vezes eu não me sentia bem e acomodo junto com os outros pacientes. Lembro que eu assistir a abertura e os jogos olímpicos de Pequim capital da China, foi a segunda abertura mais linda que eu já vi. Em casa eu fazia o dever da escola, meus mapas e desenhos, na maioria dos finais de semanas eu ficava em casa com minha mãe, eu não tinha emprego e minha mãe ganhava pouco, mas éramos felizes. Ás vezes eu sentia saudades dos momentos e amigos que tive em Terenos, e a Camila não saía da minha mente e eu ainda gostava dela. Várias vezes na escola e nas outras que estudei sempre me perguntavam se eu já namorei e transei, eu dizia não. Eu poderia mentir, mas, que sentido faria isso. No final das aulas passei de ano, eu e meus colegas da escola comemoramos nossos formandos, depois disso eu não vi a maioria deles, era meu último dia de aluno, e a escola Maria Eliza foi a última e a primeira escola que estudei mais tempo. Se foram os bons tempos, os colegas, as bagunças, atividades, competições e outros. Em dezembro, meus tios João Carlos e Maria, e meus primos Jenifer e Júnior vieram passar o natal e ano novo, passamos o ano novo em família na casa do tio André. Foi nesse ano que conheci a Igreja Adventista do Sétimo Dia através dos meus tios João Carlos e Maria.


2009

 Em 2009, eu já com o ensino médio completo, não tinha como ir para uma faculdade, eu ficava em casa, olhando meus livros e fazendo meus mapas, desenhos e frequentando. Certo dia, o NAAHS, me encaminhou para o AMA (Associação de Pais e Amigos do Autista), lá eu fazia terapia com psicóloga Cláudia, me fazia perguntas, mas eu falava pouco porque eu era muito quieto e tímido como era antes. Com o tempo fui me acostumando, participando das terapias, atividades e comia na hora do lanche. Era na parte da manhã. Ás vezes eu não me sentia bem e acomodo junto com os outros pacientes. Lembro que as psicólogas do AMA fizeram uma festa surpresa para mim, foi a primeira festa de aniversário que eu tive, com bolo, refrigerantes e salgadinhos, e fiquei feliz. Meus tios Geraldo e Suzana também compraram um de bolo de aniversário para mim, cantaram parabéns, foi na casa deles, estavam o Thiago, Larissa, Fabiana e outros. E para ficar melhor ainda, no domingo, meu primo Thiago me ajudou a assar carne para comemorar ainda mais meu aniversário, estavam o Renan, Renara, Gabriel, Jhonatan, Larissa, Bárbara, Mariana e outros. Foi um dia incrível.

Um certo dia na casa dos meus tios Geraldos e Suzana, eu, meus primos e amigos estávamos brincando e dançando a música do High School Musical, alguém tinha batido no portão, meu primo Thiago atendeu, então um rapaz perguntou se eu estava porque meu pai estava ali, então o Thiago me chamou e eu fui lá, para minha surpresa era meu pai Márcio e meus tios Geraldo Ortiz e Fernando, não chorei, mas fiquei feliz em vê-los, nos abraçamos, conversamos e depois marcamos o dia para nos encontrarmos lá na casa da minha avó Josefa, me deram o endereço e o telefone. Quando fui em casa, contei para minha mãe, ela ficou surpresa e feliz.

No dia 19 de abril, fomos com o tio Fernando no carro dele, chegando lá, vi que o bairro Panorama havia mudado muito, revi minha avó Josefa, meus tios Jorge, Vítor, Nelson, Júlia e Hilda, Neide, minha prima Juliety, conheci minhas tias Cristina e Nelma e meus primos Júnior, Stanley, Brenda, Arthur, Jessé e Nícolas. Eu tinha perguntado do avô Maurício, mas disseram que ele tinha falecido em 2000, eu e minha mãe ficamos tristes, mas ficamos felizes por eles todos ali. Depois, fui na casa do tio Fernando, conheci minha tia Ivone sua esposa e meus primos Michel e Fran. Vários finais de semana eu e minha mãe íamos no almoço na casa da minha avó Josefa e família, colocavam música de Flash Back.

Um certo dia, meu pai apareceu lá, ele estava casado e morava em Nioaque, conheci sua esposa Joana e seus filhos Daniel, Natanael e Sara meus irmãos por parte do meu pai.

 Nesse ano, eu ajudei na reforma da casa do tio Geraldo, então dormia ali e ia nos dias de frequências no NAAHS e AMA. Eu, Luciano e Bernardo trabalhamos na reforma, trocamos pisos, pintura, construímos mais duas peças no andar de cima e outros. Nos finais de semana almoçávamos e jogávamos vídeo game como Resident Evil 4, Grand Theft Auto San Andreas, Obscure, corrida e futebol. Era eu Thiago, Larissa, Fabiana e seu namorado Anísio e outros, era muito legal. Lembro que no dia 29 de agosto Michael Jackson tinha falecido, o melhor cantor pop do mundo. As vezes em casa, ainda sentia saudades dos bons momentos nas escolas que estudei, principalmente em Terenos, e como de sempre, ainda com a Camila no pensamento e ainda gostando dela mesmo depois de tanto tempo. Eu e minha passamos o natal na casa do tio Geraldo e Suzana e família, e o ano novo na casa da avó Josefa e família, e conheci meu tio Davi.

 

2010

 Em 2010 eu deixei de frequentar o AMA, não era o lugar certo para mim fazer o tratamento, o nível de deficiência dos outros pacientes era mais autos do que o meu, e ali não estava dando certo, é o que eu sei. Em junho começou a Copa da África do Sul, meu tio Geraldo comprou uma chácara em Rochedo, a Chácara Jesus o Bom Pastor. Quando fomos para lá, passamos pelo Aguão, em frente a escola que eu estudei e na Fazenda Serrilha. Lá na chácara assistimos a partida entre Brasil e Coreia do Norte, e o Brasil ganhou de dois a um. Durante o mês de julho eu trabalhei na chácara do tio Geraldo para ajudá-lo. Em um certo domingo, fui passear na casa da minha avó Josefa, e a tarde fui na casa dos meus tios Fernando e Ivone. Perguntei a minha tia Ivone se ela tinha uma bíblia e o livro de Revelação (Apocalipse), então ela me deu os dois, e pela primeira vez tive uma bíblia. Eles eram testemunhas de Jeová. Lembro quando eu estava no NAAHS, e pesquisei sobre o asfaltamento da estrada no Polo Jamic em Terenos, e vi o nome da professora Cecília, que conheci no distrito do Cachoeirão.

A Bethe me ajudou a achar ela, então conversei com ela por telefone sobre os tempos lá na escola Albuquerque, perguntei da Camila, e ela disse que ela estava bem. Naquele ano, eu deixei de frequentar o NAAHS, eu já tinha vinte e um anos, e a idade mínima era de dezessete.

Eu me sentia sem importância, sem dinheiro, sem poder fazer faculdade, sem formação, etc. Eu com tanta sabedoria, mas que não era o suficiente. Em casa a mesma rotina, fazia meus mapas, desenhos, olhava meus livros, sentindo saudades dos momentos e ainda pensando e gostando da Camila. Meus Deus, que vida. Ás vezes eu brincava com os netos da dona Fátima, Kelvin, Lauander, Larissa e Kevilin. Lembro que eu gostava de assistir a novela A na Raio e Zé Trovão no canal do SBT. Passei o natal e ano novo com a família na casa da minha avó Josefa, e conheci a Joana esposa do meu pai e seus filhos Daniel, Natanael e Sara.

 

2011

 Em janeiro de 2011, minha mãe conheceu uma senhora no Posto de saúde do bairro Nova Lima, seu nome Rubelina. Elas estavam conversando, a Rubelina disse que ela e seu esposo são adventistas, e perguntou se minha mãe e eu queríamos receber o estudo bíblico, minha mãe não aceitou, mas gostou da Rubelina e seu esposo Ramão e convidaram eles para irem em nossa casa. Então eu conheci eles, conversamos e eles me perguntaram se eu queria o estudo bíblico e eu aceirei, porque eu nunca tive esse tipo de estudo, e comecei a estudar. Em fevereiro, o senhor Ramão perguntou se eu sabia trabalhar de alguma coisa, eu disse que não, perguntou se eu sabia trabalhar de servente, eu disse que sim. Então conversou com amigo dele que era encarregado de obra se tinha mais uma vaga, disse que sim, e então eu comecei a trabalhar na ampliação do Hospital Adventista do Pênfigo no centro de Campo Grande, os rapazes eram gentis e não ignorantes, eu fazia massa, concreto, carregava tijolo e carregava entulho. Eu ganhava trezentos e cinquenta por quinzena, meu primeiro salário digno que tive na vida.

As Vezes quando dava tempo, eu ficava vendo os alunos da Escola do SESC fazendo natação, e as moças lindinhas. Eu acordava cedo em casa, preparava a marmita e ia e voltava no ônibus lotado da linha 081. Eu fiquei impressionado quando fazia o estudo bíblico, a criação da Terra, a segunda vinda de Jesus, sinais dos últimos dias, o milênio, o plano da salvação, a verdade da morte, dízimos e ofertas, a lei e outros, coisas que eu que dizia ser cristão e acreditava em um só Deus e eu não sabia, nunca ouvir falar dessas coisas, ninguém me ensinou e eu não tive interesse antes. Mas uma coisa é certa, eu sempre busquei sabedoria, e quando aceitei o estudo bíblico, me tornei mais sábio. Um certo dia, eu estava meio com tosse, não fui ao serviço fiquei em casa, era sexta. Quando eu estava assistindo o Jornal Hoje no canal da Globo, vi o terremoto e o enorme Tsunami que atingiram o Japão, fiquei espantado quando vi aquilo. Meu pai, a Joana e seus filhos tinham se mudado para Campo Grande. Eles moraram em uma casa de madeira no bairro Parque do Sol, algumas vezes eu visitava eles e dava dinheiro para ajuda-los. Certo dia, o senhor Ramão me convidou para ir na igreja no bairro Nova Lima, conheci as pessoas de lá, pessoas respeitosas e humildes. Conheci os pais do senhor Ramão e também o senhor Romualdo e sua esposa Luciene.

 Em abril, aconteceu uma coisa triste, meu tio André havia falecido. Fui na casa dos meus tios Geraldo e Suzana, e conheci minha tia Orcídia que tinha vindo do Reino Unido depois de anos. Fomos no velório, não foi um dia fácil para a família. No mesmo mês, minha tia Ivone esposa do meu tio Fernando havia falecida, não conseguir ir no seu velório, foi um dia triste também. Trabalhei até o mês de junho no Hospital Adventista, depois fui trabalhar na reforma da Igreja Adventista no bairro Cerejeiras, alguns dos rapazes trabalharam no hospital também trabalharam nessa igreja, Juarez encarregado da obra, Valdemir, Douglas, Marcos e Iran. Trabalhamos um mês ali. Certo dia, não me lembro direito, A Bethe lá do NAAHS havia ligado para mim, ela conversou com minha mãe e disse que eu poderia frequentar o CRAS do bairro Vida Nova. Gostei de lá. Comecei a pesquisar na internet.

No mês de julho, criei um projeto chama Plano Limite, os objetivos eram: limite urbano, integração por rodovias e ferrovias, meio ambiente, ecodutos, novos estados e modernização na zona rural. Eu apresentei o projeto para a dona Rose, diretora do CRAS, não me lembro direito, mas não deu certo. Quando eu estava desempregado, minha mãe ficava falando que eu tinha que trabalhar. Lembro quando minha mãe conheceu um rapaz chamado Adriano e começou namorar com ele, era educado e legal. Certo dia, ela ficou falando, enchendo minha paciência e metendo bronca, comecei a falar um monte de coisa para ela, quebrei um prato na parede em frente de casa, ela disse que ia chamar a polícia e chamou. Entrei nome meu quarto, peguei a bíblia e meu passe de ônibus e fiquei segurando sentado no chão. A polícia chegou, entrou em casa, entrou no meu quarto e disse para eu levantar e não levantei, ele viu que eu estava segurando meu passe, pegou e olhou, os dois policiais disseram a minha mãe que não podiam me levar por eu ser portador de deficiência, ou seja, minha síndrome, e disseram que eu devia ser tratado, e foram embora. Antes disso acontecer, minha mãe as vezes agia com ignorância comigo, alguns tios e primos também.

No mês de agosto, eu fui batizado na igreja pelo pastor Beí Aleluia, minha mãe não compareceu, mas não entristeci, então eu passei a ser um adventista do sétimo dia. Lembro que em 2011, eu tive a ideia de criar canais de irrigação em todos os países onde há clima seco, árido e semi-árido, fiz os mapas dos países selecionados. Certo dia, o senhor Ramão me indicou o escritório do PSDB, conversei com o Ari Sandim sobre o meu projeto Plano Limite, resumindo isso, não adiantou nada, eu liguei várias e só dava enrolação. No mês de setembro, fui na casa dos meus tios Geraldo e Suzana, perguntei se tinha como eu trabalhar lá na chácara, disseram que sim, eu falei que eu me tornei adventista, eles meio que não gostaram, e então comecei a trabalhar lá e pela primeira vez de carteira assinada e com salário mínimo.

Em outubro, fiz a prova do ENEM e aguardei o resultado até o ano seguinte. Meu tio Geraldo disse que ele, tia Suzana e outros iam viajar para Mangaratiba no Rio de Janeiro, perguntei se eu podia ir, ele disse que não e perguntou quem iria tomar conta da chácara, fiquei triste, e então tomei conta da chácara enquanto eles viajaram. Passei o natal em casa com a minha mãe e ano novo na casa da minha avó Josefa e família, conheci revi meus tios Leila e Osmar.

2012

 Em 2012, trabalhei até em janeiro na chácara devido a um desentendimento com meus tios. Vi minhas notas do ENEM mas não passei. Eu, minha mãe nos mudamos para uma casa alugada no bairro Monte Castelo. No mesmo mês, comecei a congregar na igreja adventista do Monte Castelo, ali conheci novas pessoas e fiz amizades, nossos vizinhos do lado de casa eram o Juliano e sua esposa Kelly. Em fevereiro eu comecei a fazer o curso de informática na Webcenter do Moacir. Eu e ele nos tornamos amigos. Lembro que quando eu ia para o curso, tinha um senhor morador de rua, ele ficava na frente de uma antiga igreja evangélica, eu dava dinheiro para ele quando eu podia, ele ficava feliz e agradecia.

Em março, eu e minha mãe fomos no CAPS 2 (Centro de Atendimento Psicológico) da Vila Margarida, fiz uma avaliação coma psicóloga Márcia, e comecei a fazer o tratamento psicológico ali, e depois comecei a tomar os remédios Depakene, Imipra e Risperidona. Em abril, meu pai se aposentou e conseguiu sua casa própria para ele, a Joana e as crianças, fiquei muito feliz. Várias vezes eu ia no grupo dos jovens da igreja, estudávamos a Bíblia e conversávamos. Eu ainda frequentava o CRAS do Vida Nova, lá eu fazia pesquisas e salvava várias imagens de paisagens, carros, objetos, etc. Certo sábado quando eu fui almoçar na casa dos senhores Romualdo e Luciene, estávamos conversando, o senhor Romualdo me perguntou se eu trabalhava, eu disse que não, e falei que tinha o ensino médio completo. Ele muito sábio e observador, perguntou se eu tinha algum problema crônica, foi mais ou menos isso que ele me perguntou, então eu disse a ele que eu tenho Síndrome de Aspeger, e foi então que ele me disse que eu podia me aposentar e receber benefício. Eu não sabia, mas que engraçado, digo eu, descobri minha síndrome em 2007 e somente em 2012 é que eu fiquei sabendo que eu podia me aposentar, e eu me perguntava porque quando eu estava no NAAHS e no AMA não me disseram isso. Meus Deus, quanto atraso. Então, certo dia, o senhor Romualdo foi em minha casa e conversou com a minha mãe e nos indicou a advogada Rosana.

Fomos em sua advocacia, e ela e minha mãe conversaram, fomos lá várias vezes. E um certo dia, a assistente social foi em casa e deu tudo certo. Quando fui na perícia pela primeira vez na Previdência Social, mas não fui aprovado, mas não perdi a esperança. No dia quatro de junho, fui com meus amigos César e Vanderlei para Dourados, pela primeira fui nessa parte sul do estado. César trabalhava em lances de remédios e eu ajudei ele naquele dia.

No dia 11 fui novamente com eles em Dourados. Algumas vezes eu ia visitar meu pai. No dia 28 liguei para minha tia Célia e fiquei sabendo do falecimento do seu esposo, meu tio Zezinho depois de uma semana. Fiquei triste. A tarde fui visitar ela em sua casa. Várias vezes em casa eu ficava triste, e as vezes alegre. Em junho, comecei a ligar para dona Cecília mãe da Camila, conversava sobre os tempos de escola no Cachoeirão e o quanto eu admirava a Camila. Quando eu ia no CAPS 2 conversar com a psicóloga Katiane, e conversava pouco, e as vezes nada. Eu falava o quanto eu gostava da Camila e o sofrimento que eu passava. No dia 27 de julho, eu assistir a abertura dos jogos olímpicos de Londres, e depois algumas competições. No dia 30, eu fui com meu amigo César pela primeira vez em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero no Paraguai. Em casa eu lia a Bíblia, estudava a lição da escola sabatina e lia outros livros. No dia 4 de agosto quando eu fui no CRAS do Vida Nova, eu estava usando meu Facebook, eu tinha conseguido achar a Camila, então eu mandei a solicitação para ela. Eu fiquei feliz. No CAPS 2, eu me consultava com o doutor José Alaíde. Em casa, eu passava pano no chão e lavava as minhas roupas. Em agosto, eu comecei a me sentir rejeitado por algumas pessoas da igreja do Monte Castelo e também por algumas pessoas da família por motivo de eu ser diferente, estranho, sem dinheiro e adventista, e muitas vezes eu ficava triste em casa, chorava muito, e ainda pensando na Camila. No CAPS 2, eu quase não conversava com a psicóloga Katiane. 

No 3 de setembro, a Camila me adicionou no Facebook dela e eu vi suas fotos, ela tinha mudado muito, fiquei feliz, mas quando cheguei em casa fiquei triste. Conversávamos no Facebook, ela disse que estava na Espanha. Certo dia, eu disse a ela que eu estava apaixonado por ela, e que eu ainda gostava dela desde quando eu me apaixonei por ela em 2002, ela não aceitou e disse que poderíamos ser apenas amigos, e eu concordei. Eu até tinha salvado algumas fotos dela em uma pasta, e em casa eu ficava olhando. Lembro que eu e minha mãe íamos na casa da dona Antônia, mas todos chamavam ela vó Antônia, e conversávamos com ela, sua filha Lourdes e seus amigos. No dia 10 de setembro, a Camila me enviou uma mensagem no Hotmail dizendo que estava comprometida e não queria ter mais contato comigo. Tentei falar com ela e pedir desculpas, mas não adiantou, fiquei mais triste ainda, rejeitado pelos amigos, família e pela Camila. Lembro que eu estava em casa e assistindo o filme ABC do amor. Ás vezes eu conseguia conversar com a psicóloga Katiane e falava das minhas tristezas e de meus planos.

No dia 24 de outubro me consultei com o doutor Sérgio. As vezes em casa eu assistia Jiraiya, Túnel do Tempo e Caverna do Dragão na Rede Brasil. Foi em 2012 que eu tive a ideia de criar um sistema de irrigação para os canais que eu criei nos outros países. Certo dia quando eu fui passear na casa da minha prima Cristiane, vi em seu quintal uma bomba d’água manual, foi então que comecei a pensar. Então em um certo dia, fui na casa do meu primo Michel e falei sobre minha ideia, perguntei se ele queria participar e aceitou. Começamos a fazer pesquisas sobre bombeadores, e criamos um sistema de bombeamento para o projeto de irrigação. Em casa eu fiz novos mapas com canais de irrigação e linhas de aqueduto. Lembro que no dia 30 de outubro, uma mulher que dirigia sua moto foi atropelada e morta por um caminhão em frente a Webcenter e do terminal General Osório. Nos dias 3 e 4 de novembro fiz as provas do ENEM. Ás vezes eu e a psicóloga Katiane jogávamos Stop. Passei o natal na casa da minha prima Cristiane, junto com seu esposo Cleiton, seus filhos e familiares. E passei o ano novo na casa da minha vó Josefa e família.

2013

 Em janeiro de 2013 tentei ver minhas notas do ENEM mas não consegui porque eu tinha esquecido a senha, e por isso fiquei em dívida se passei ou não, mas não esquentei a cabeça. Minha mãe tinha terminado seu namoro com o Adriano. Comecei a ficar ansioso para que minha aposentadoria saísse logo, várias vezes eu ficava e sem paciência, minha mãe conversava comigo e me acalmava. Lembro do incêndio na boate Kiss no Rio Grande do Sul, do falecimento do cantor Chorão da banda Charle Brown Júnior e do presidente da Venezuela. Algumas vezes eu e minha mãe íamos na casa da vó Antônia e conversávamos, e com a nossa amiga Izabel com apelido de Bebel. No CAPS 2 já tinha vários amigos, o Ismael, Everson, Orestes, Daniel, Auxiliadora e outros. E também a Carla e Elisângela, que eram as psicólogas. Lembro quando a Coreia do Norte estava ameaçando em atacar a Coreia do Sul, orei muito a Deus e quando fui na igreja pedi aos meus amigos que fizessem oração, e deu certo, a Coreia do Norte tinha cessado sua ameaça. Eu ainda ficava me sentindo rejeitado e odiado, as vezes ficava vindos maus pensamentos em mim, minha família brigando comigo e falando um monte de coisas e meus amigos debochando de mim, isso acontecia várias e muitas vezes. Em abril em conheci a Maguinória e seu esposo Helder, nos tornamos amigos e ia várias vezes com frequência tomar chimarrão com eles.

Eu e minha mãe tivemos internet e TV a cabo da Claro. Lembro quando fui no almoço no sábado na casa do meu amigo João do Carmo, estavam ali quase todo mundo da igreja, estava sentado, ninguém conversava comigo, eu não senti bem e fui embora para casa. Várias vezes eu colocava no Facebook que eu me sentia rejeitado e odiado, algumas pessoas me aconselhavam a não fazer isso, lembro que uma disse: Eu hein, vai orar que passa. E várias vezes eu ficava pensando na Camila e chorava de tristeza. Um certo dia, minha mãe me contou um segredo, disse eu tinha outro irmão com nome de Paulo por parte de outro rapaz que ela conheceu, ela achou que ia ficar bravo, mas não fiquei e sim feliz. Ela disse que ele mora em Rolim de Moura no estado de Rondônia com outros parentes nossos. Em junho ela viajou para lá e reviu eles. Conversei com meu irmão por celular, ele também era adventista, casado e tem filho. Mas minha mãe e meu irmão Paulo se desentenderam e ficou na casa da minha tia Nida, depois ela voltou para casa, e eu fiquei triste com o que aconteceu.

Lembro quando a Vanda e seu filho Mateus se mudaram para a casa dos fundos e nos tornamos amigos. Em agosto, meu pai passou mau e teve que ficar no Hospital Universitário, eu visitava ele e até passei uma noite cuidando dele. Algumas vezes eu usei o Facebook da minha amiga Maguinória e mandava mensagens para Cecília mãe da Camila pedindo desculpas e uma segunda chance, até pelo Facebook do Jamic Polo eu mandava, mas não recebia resposta nenhuma.

Na igreja desde 2011, eu estudava a lição da escola sabatina com a classe dos jovens e assista as pregações, e as vezes tinha junta panela na igreja. Nesse ano eu tinha passado pela segunda perícia na Previdência Social, e depois fiquei aguardando. Um certo dia, a advogada Rosana ligou para minha mãe, e quando minha mãe chegou em casa, disse que minha aposentadoria foi aprovada, fiquei muito feliz, mas tive que esperar o juiz assinar meu processo para então eu poder receber o salário mínimo. No dia primeiro de novembro eu consegui mandar uma mensagem para a Camila pelo Facebook da Maguinória, eu disse que esperei dez anos e onze meses tentando conquistá-la e que eu desistir disso, eu concordei de uma vez em sermos apenas amigos. A Maguinória disse que foi a melhor coisa que eu fiz. A Camila não respondeu a mensagem. Lembro das várias vezes que eu e minha mãe íamos na casa da dona Élida conversar, eu gostava de brincar com os gatos e a cachorrinha dela. Eu e minha mãe passamos natal em casa, e o ano novo na casa dos meus tios Jerônimo e Valdecir.

 

2014

 Em 2014 eu completei 25 anos, teve uma pequena festa em casa, estavam a minha mãe, a Vanda, Mateus, Enésio, Ronice, Grabrielly, Regielly e dona Teresa. A Maguinória foi quem fez o bolo. No CAPS 2, a psicóloga Elisângela perguntou se eu queria participar da oficina do jornal, e eu participei. Um certo dia eu falei para a Elisângela sobre meus projetos. Lembro que eu tinha achado a professora Clemência no Facebook e ela me adicionou. Em abril, minha tinha se encontrado com a dona Geralda, proprietária da Fazenda Serrilha, minha mãe ficou sabendo que o esposo dela o senhor Raul Oliveira havia falecido, e que o pai do Henrique, Eliane e Ariane tinha falecido também. Comecei a ficar chateado com política no Brasil, várias vezes eu dizia que queria ir embora para os Estados Unidos ou para a China e lá desenvolver meus projetos. Lembro de quando as universitárias iam no CAPS 2 e me faziam perguntas e eu mostrava meus mapas, elas ficavam impressionadas. Lembro quando eu assistia as partidas da copa do Brasil, e vi quando o Brasil de propósito de sete a zero da Alemanha, o que na verdade foi um esquema de corrupção. Essa foi a pior copa do mundo e de todos os tempos e até o fim do mundo.

No dia 30 de agosto, eu e alguns amigos da igreja fomos visitar a dona Sônia, ela estava com câncer e fazia tratamento. As vezes eu lavava a louça para a Maguinória e ela me pagava. Minha mãe me dava dinheiro quando podia e comprava roupas e calçados para mim. Passei o natal junto com meu pai, a Joana e meus irmãos. No dia seguinte, fui no almoço na casa da vó Josefa. Passei o ano novo lá também.

 

2015

 Já em primeiro de janeiro de 2015, ainda estávamos festejando, lembro que meu pai e meu tio Davi estavam dançando a música Sem limites pra sonhar dos cantores Fábio Júnior do Brasil e Bonnie Tyler dos Estados Unidos, eu filmei eles dançando. Foi um dia incrível.

No dia 23 de fevereiro, recebi uma notícia triste. Meu tio Fernando me ligou de madrugada e disse que meu pai tinha falecido, eu fiquei em choque, acordei minha mãe e passei o celular para ela, ela ficou chocada, eu não conseguir chorar, fui então na casa da vó Josefa, alguns da família estavam lá e me consolaram. A noite fomos no velório, meu tio Davi veio as pressas de Cuiabá n Mato Grosso onde ele mora e meus tios Leila e Osmar vieram as pressas de Marília em São Paulo onde eles moram, estavam todos os familiares e amigos, eu não estava acreditando que eu estava vendo meu pai morto. No dia seguinte ele foi enterrado, deixei a marca da minha mão na terra. Quando cheguei em casa, eu coloquei na rádio da TV claro, não lembro qual rádio era, mas estava tocando a música High da banda Lighthouse Family e comecei a escutar, no final da música dos sons de violino, comecei a chorar muito. No sábado a tarde, meus amigos da igreja foram me visitar em casa e me consolaram. Um certo dia, eu usei o Facebook da Maguinória novamente e mandei, uma mensagem para a Camila, eu disse que eu precisava do perdão dela e que eu estava sofrendo muito com isso e falei da morte do meu pai. Algum dia depois ela respondeu e me perdoou, fiquei muito feliz, perdi meu pai, mas tinha ganhado uma amizade de volta. Eu tinha ela no meu Facebook, não sei o que aconteceu, mas perdi contato com ela. Me arrependo por ter me apaixonado pela Camila naquele ano de 2002, me arrependo de desperdiçar mais de dez anos tentando conquistá-la, eu deveria ser apenas amigo dela, nem sei se ainda sou. Eu tenho medo de algum dia eu dar de encontro com ela ou com alguns de seus familiares e amigos, depois de tudo o que aconteceu é melhor evitar isso. Então comecei seguir em frente na vida, me esforcei para eu não me apaixonar novamente pela Camila, e talvez por outra mulher, comecei a desenvolver e fortalecer mais a minha mente, comecei a buscar mais sabedoria, mais a razão, comecei a desenvolver mais os meus projetos. E também buscar mais o caminho de Deus. Eu sempre gostei de ver vídeos interessantes para mim, história, comédia, construções de ferrovias e outras obras, músicas clássicas, sertanejas raiz, flash back e gospel. Fiquei um ano sem ver alguns parentes meus por parte do meu falecido pai, e várias vezes eu ia visitar a Joana e meus irmãos.

Eu pensava em ter namorada como eu sempre sonhava, mas para isso eu teria que ter dinheiro, eu tentava conquistar algumas moças da igreja, mas não dava certo, eu me sentia sem sentido.

 As vezes eu imagino quando começar a perseguição final neste mundo, quando as pessoas fiéis do bem forem perseguidas, torturadas e mortas por não adorar ao homem da iniquidade, que terá domínio sobre todas as nações, será parecido como aconteceu com os judeus na segunda guerra mundial, irão perderem seus bens, empregos, direitos, não podia comprar e vender e foram perseguidas torturadas e mortas, mas fiéis até o fim. Mas como saber quem é do bem e que não se aliará do lado do mal? Veja bem, as pessoas boas são: amáveis mas não odeiam seu próximo, são perseguidas mas não perseguem, são ameaçadas mas não ameaçam, são mortas pelos seus semelhantes mas não matam seus semelhantes, enfrentam a maldade dos outros mas não fazem o que é mal aos outros, são humildes de coração e não orgulhosas, falam a verdade e não a mentira, tem respeito e não ignorância, transmitem esperança e não ilusões, ajudam o próximo e não prejudica, tem domínio próprio e não domina os outros, etc. Conhecemos as pessoas pelo caráter.

Fico pensando também quando a perseguição começar se alguns familiares e amigos meus serem contra mim, digo isso porque muitas pessoas estão sendo enganadas por falsos profetas e pelo falso evangelho, quem tem amor a Deus e ao próximo não comete coisas ruins como eu citei, a Bíblia diz que os justos serão justificados pela fé, independente das religiões pessoas de coração puro poderão herdar a vida eterna. Vida eterna, que coisa maravilhosa. Eu sonho em herdar isso, muitos herdaram também, mas muitos também não. Se eu pudesse fazer um pedido a Deus, eu queria que todos herdassem a vida eterna, até mesmos as pessoas más e as pessoas más que estão mortas, mas é um pedido impossível, depende das escolhas de cada pessoa, a vida é feita de escolhas, ou morreremos justos ou injustos, bondosos ou maldosos. Deus deseja que todos sejam salvos e que nenhum pereça na morte eterna, (Segunda Epístola (carta) de Pedro 3:9, mas quem decide somos nós.

Antes eu ficava ansioso pela minha aposentadoria, mas minha é quem começou a ficar ansiosa. Eu sempre dizia para termos paciência e fé em Deus de que em breve sairia. Minha mãe tinha conhecido um rapaz chamado Luciano e eles começaram a namorar, ele era legal e engraçado. No começo ele estava desempregado e ficava em nossa casa, mas conseguiu emprego em uma tapeçaria perto de casa. Minha mãe sempre foi cariosa e divertida, riamos dos filmes, programas e coisas que a gente falava.

Desde 2013 minha mãe é espírita, no começo eu achei estranho, mas consegui lidar. Ás vezes eu era um pouco fanático e criticava as coisas que ela falava do espiritismo, mas pela doutrina que eu aprendi na Bíblia, não devo julgar e criticar, devo ser o sal da terra, ou eu dou bom gosto ou um gosto azedo e insuportável. Comecei a dar atenção quando ela falava de sua religião, quando lia alguns trechos de livros da doutrina espírita e psicografados. Eu ficava em silêncio, mas concordava com algumas coisas. Também quando eu lia a Bíblia e estudava a lição da escola sabatina, eu lhe falava e mostrava os ensinamentos e ela ficava admirada, e assim nos entendemos sem ficar em conflitos um com o outro. Certas coisas que eu odeio são fanatismo, legalismo e ignorância, não foi isso que aprendi na doutrina de Cristo. Várias vezes minha mãe chegava brava e desanimada, tinha dias que a patroa dela a dona Ídes agia com ignorância, e várias vezes.

Na igreja o clima melhorou, não estava mais me sentindo rejeitado por algumas pessoas. Eu e meus amigos da igreja participamos de pequeno grupo na casa dos pais da Camila Krieger e Gabriela Krieger, estudávamos a Bíblia e fazíamos comentários, era muito legal. Finalmente eu havia terminado o projeto de irrigação que eu e iniciei em 2011 e em 2012 com meu primo Michel, com mapas de canais e linhas de aquedutos para todas as regiões áridas e semi-áridas do mundo. Em julho, eu tive outra ideia, pesquisei as histórias de Israel e Palestina e comecei a criar um projeto de paz para eles, e quase no final do ano eu terminei. Várias vezes eu falava dos meus projetos no CAPS 2 para as minhas psicólogas e universitárias. Eu pensava que o CAPS 2 poderia me ajudar em meus projetos, mas não tinha como e desistir.

Em agosto comecei a trabalhar de terça a quinta na chácara do tio Geraldo em Rochedo, carpíamos, arrumava as cercas, dava ração para as vacas, etc. Quando ele ia para Campo Grande eu ficava tomando conta da chácara, ele pedia para eu ascender a luz da gruta da santa a tardinha, e eu ascendia sem nenhum problema, mas as vezes quando chovia, o cabo ficava molhado e tinha medo levar choque e tenho pavor disso. Quando meu tio chegava, ele perguntava porque eu não ascendia a luz, então eu disse que tenho pavor a choques. Lembro quando eu trabalhava com Rita irmã do Mateus e filha da Vanda para montar tendas que ela e seu esposo Robson locam, eu ia nos dias que ela me chamava e ganhava dinheiro. As vezes a Camila vinha no meu pensamento, mas eu esquecia dela e pensava em outras coisas. Passei o natal e o ano na chácara com a família, minha mãe ficou em Campo Grande com o Luciano.

 

2016

 Em abril de 2016, o pastor Assad Bechara foi pregar durante três dias na igreja do Monte Castelo. No sábado, ele pregou o evangelho e falou sobre os costumes árabes, no final do culto conversei com ele sobre o meu projeto que criei para Israel e Palestina e o projeto de irrigação, ele ficou impressionado, então ele disse para eu vir a tarde na igreja. E chegando á tarde, algumas pessoas foram na igreja assistir a palestra do senhor Assad, foi então que ele mencionou meu nome e meu projeto a todos, e disse para que meu projeto fosse enviado para a ADRA, que é um órgão da Igreja Adventista do Sétimo dia. Então o senhor Assad pediu para eu ficar de pé e todos me aplaudiram. Certo dia em abril, eu fui no escritório do senhor Emerson membro da igreja, levei um pendrive com meus projetos, e pelo computador eles foram enviados por e-mail para a ADRA.

Nos dias 29, 30 e 31 de abril, eu, alguns amigos meus e várias pessoas das congregações adventistas participamos do Concílio Integrado no Colégio Dom Bosco. Teve orações e louvores, falou se de gastos, discipulados, evangelização, impactos, comunhão, oração, esperança, etc. O tema era: “Ser igreja é ser amigo.”

Em abril, meu tio Jerônimo faleceu, toda a família foi no velório. No dia do enterro, muito pranto, algumas pessoas da família que estavam desentendidas fizeram as pazes. Em julho, meu tio Fausto também faleceu, antes ele tinha sofrido um acidente, ficou no hospital alguns dias, mas não resistiu. Algum tempo depois, minha mãe terminou o namoro com o Luciano. Um certo dia, eu e minha mãe estávamos assistindo a TV a cabo, quando eu estava trocando de canal, coloquei no TCM, e estava passando o filme Expresso para o Inferno, já estava no final e assistir. Teve uma parte em que o personagem Manny desengatou a locomotiva das outras, e seu parceiro fica desesperado e gritando para ele saltar do trem. Eu achei o final meio sem sentido, mas gostei do filme. Então certo dia eu assistir todo ele pelo Youtube, gostei ainda mais e assistir ele mais ou menos cinquenta vezes. Outro filme que chamou atenção foi Em algum lugar do passado. O final é emocionante.

Desde de 2003 eu já me encantava com a beleza de mulheres orientais, japonesas, coreanas, chinesas, tailandesas, etc. Também gosto de mulheres brancas, negras, morenas, ruivas, loiras e outras, mas as orientais são as que mais me chamam a atenção. Acho que foi quando eu comecei a gosta da Camila, e a partir de 2016 comecei a chamar as mulheres de lindinhas.

A cada uma semana na sexta feira, ainda continuávamos participando do pequeno, conhecemos novas pessoas, fazíamos a caridade, pôr do sol, etc. Depois de alguns meses, conhecemos o Cristian, Aline e a filha deles a Laura, eles vieram do Paraná para evangelização aqui no estado. Várias vezes eu saía com meus amigos da igreja. No dia 8 de novembro uma surpresa, minha mãe chegou em casa feliz e disse que meu processo da aposentadoria tinha sido assinado, fiquei muito feliz. Minha mãe disse que quando a advogada Rosana ligou para ela, minha mãe chorou de felicidade e agradeceu muito a Deus. Eu fiz o mesmo, agradeci muito a Deus. Nos dias 11, 12 e 13 de novembro, eu participei do I will go (Eu vou), uma organização feita pela Igreja Adventista para evangelização e para as pessoas encontrarem seu par, ou seja, namorada (o), foi muito legal, mas eu fui o único do Monte Castelo que foi e eu não encontrei meu par.

Um certo dia em novembro, eu sonhei pela primeira vez com meu falecido avô Maurício e meu falecido pai, eu estava em campo com muita neblina, então eu vi eles dois, mas começaram a andar adiante e eu comecei a chama-los, e dizia para eles não irem embora, e desapareceram na neblina, o incrível é que no sonho estava tocando a música que toca no final do filme Expresso para o Inferno. Quando eu acordei comecei a chorar. Quando contei isso para minha, ela disse que eu tive um encontro eles. Foi em 2016 que eu escrevi o meu primeiro Projetos para a Humanidade, antes eu queria ser engenheiro, mas não muito bom em matemática. Quando eu vi minha amiga Karen Soarele pela televisão, fiquei sabendo que ela é escritora, então a adicionei no Facebook eu pedi a ela algumas dicas. Então eu pensei, com tanta imaginação e invenções que criei pensei em ser escritor, então escrevi meu primeiro livro. Várias vezes eu sonhei com a Camila, por muito tento não tinha lembrado nela, mas veio na minha mente de novo, mas poucas vezes isso acontece.

Passei o natal e ano com a família na chácara, eu ajudava o tio Geraldo, brincava com as crianças de esconde-esconde e de Stop, e revi minha prima Júlia conheci seu irmão Gustavo. Foi muito legal. Um dia eu mandei um e-mail para o consulado do Egito em São Paulo (SP) falando sobre meu projeto de irrigação, e fiquei aguardando a resposta. No dia seguinte. Eles responderam meu e-mail e queriam marcar uma reunião no consulado, mas não tinha como eu ir, e não tinha dinheiro. Foi a primeira oportunidade que surgiu para apresentar meu projeto de irrigação.

 

2017

 O ano de 2017 foi muito bom e também ruim. Resumindo algumas coisas, criei um novo projeto, conheci novas pessoas pessoalmente e pelo Facebook, etc. Várias vezes minha mãe chegava em casa cansada, desanimada e as vezes com dor no corpo, eu fazia massagem nela, a fazia rir, nos finais de semana fazia almoço muito delicioso como ela sempre faz e assistíamos filmes, novelas e o programa do Encrenca que é muito legal e engraçado. Certa vez perguntei ao meu amigo Sérgio que é escritor, como custa para publicar um livro, ele me mandou o custo, os preços variam de dois mil e oitocentos a quatro mil e oitocentos, mas para isso eu teria que esperar sair os meus atrasados da aposentadoria. Comecei a participar da oficina do psicólogo Eduardo no CAPS 2, uma oficina só para homens, ali conversamos sobre nossos problemas, política, religião, o dia a dia, damos dicas um para o outro, etc. É um ótimo grupo. Certo dia, um gato rajado apareceu no telhado de casa, várias vezes ele aparecia ali, eu dava uns pedaços de comida para ele. Alguns dias depois, ele estava na varanda de casa, comecei a chegar devagar nele e deixou fazer carinho nele. Eu e minha mãe adotamos ele, eu coloquei o nome de Tom. Várias vezes eu jogava vídeo game na casa do meu amigo Wellington e também em minha casa, pela primeira vez zerei com ele o seu jogo do Residnet Evil 5. Comprei pelo Mercado Livre o jogo do Resident Evil 2, eu joguei e zerei pela primeira com o Wellington. Uma vez eu fui com ele e seu pai Marcos em Terenos buscar equipamentos de som, e quando passamos pelo município muita coisa mudou, A Fazenda Jaraguá e a Escola Antônio Valadares. 

Desde o ano passado eu ficava esperando a ADRA dar alguma resposta a respeito dos meus projetos. Um certo dia, meu irmão Daniel foi vítima de estupro, quando a Joana me ligou e me disse isso, fiquei furioso e socava o chão com a minha mão direita com raiva, minha mãe ficou muito triste. Eu visitei eles, e a Joana disse que o sujeito foi preso. Com medo, a Joana e as crianças de mudaram para outro bairro melhor e mais seguro, uma casa de aluguel cuja um rapaz da Igreja Batista em Células paga Joana e as crianças morarem.

Uma coisa incrível aconteceu comigo este ano, dez vezes eu sonhei que eu estava na sala da quinta série A na Escola Estadual Antônio Valadares, e todos que foram dessa turma estavam ali e eu sentado assistindo a aula e olhando para a Camila. Pela primeira vez tive o mesmo sonho dez vezes. E teve uma vez também que eu sonhei com meus colegas na Escola Estadual Maria Eliza Corrêa da Costa, foi sonho incrível também. Em dezembro, comecei a ficar ansioso para ter uma namorada, na hora de dormir começava a chorar, mas baixo para minha mãe não escutar, isso durou até janeiro. Certo dia, eu fiquei triste com uma coisa, na vida eterna e na nova terra não haverá casamentos entre homens e mulheres, e eu fiquei pensando, nunca tive namorada.

Eu publiquei isso no Facebook, no dia seguinte, meu amigo Emílio que é adventista também comentou que na Bíblia diz que no “céu” é que não haverá esses casamentos, mas não diz nada a respeito na “nova terra”. Foi então que eu fiquei pensando e disse: É verdade. Eu imagino homens e mulheres casados na nova terra no ABC do amor (abraços, beijos e carinhos) sem necessidade de fazer sexo, se for a vontade de Deus. Passei o natal com a família na chácara do tio Geraldo, e o ano novo com a família na casa da vó Josefa.

2018

 Em janeiro de 2018, me senti necessitado de escrever minha história. No dia 4 de fevereiro eu, minha mãe e toda a família fomos no aniversário dos oitenta anos da tia Francisca, tomei muito banho de piscina. Na hora de tirar as fotos com a tia Francisca, eu senti uma tristeza e não fui sair na foto com a tia Francisca, eu não sei o porque, então fui andar um pouco e fiquei sentado em uma cadeira no campo de futebol vendo o Adriano esposo da tia Célia e seu filho Mateus jogando bola. Devido eu ter tomado muito banho e sol na piscina, fiquei com a pele queimada, e tive que comprar e passar uma loção ação refrescante, minha pele aos poucos ia descascando. No dia 5 comecei a escrever meu livro sobre minha história, comecei a voltar no tempo, me lembrei de coisas que eu não lembrava antes. No dia 22 de fevereiro, me consultei com o doutor Sérgio, e contei que eu estava muito ansioso e agoniado para conseguir uma namorada, então ele diminuiu a dose do remédio Risperidona. Com o passar do tempo, graças Deus a ansiedade passou, com fé e oração. No dia 10 de março, fui na festa de quinze anos da minha prima Andreza, tinha muita gente, foi incrível. O dia 1 primeiro de maio não foi apenas o dia do trabalhador, na madrugada em São Paulo, um prédio antigo que foi ocupado por pessoas onde não tinham onde morar pegou fogo, todos conseguiram sair, mas quando dois bombeiros tentavam resgatar um rapaz no alto do prédio, de repente tudo desabou, e o câmera filmou aquele exato momento, foi terrível. No dia 18 de maio, eu fui pela primeira para Marília, interior de São Paulo, eu e maior parte da família Ortiz e outras fomos para lá. Foi incrível passar na ponte da BR-158 sobre o rio Paraná. Comemoramos a festa de aniversário dos meus tios Leila e Osmar, nos divertimos muito, e com Flash Back.

No dia 23, eu e o pessoal da Igreja distribuímos comida para as pessoas da antiga rodoviária, estava frio naquele dia. Em junho eu assistir algumas partidas da copa do mundo da Rússia, na final torci para a Croácia ganhar, mas a França ganhou e foi bicampeã. A velha casa e o terreno ao lado de casa foram finalmente vendidos para construir quatro casas. Durante as obras surgiu um tormento, começaram a furar brocas e o chão tremia, algumas rachaduras surgiram nas paredes e minha mãe reclamou na imobiliária. O pior é que quando derrubaram o velho muro a lâmina do trator rachou o cano de água do lado de fora, e depois de duas semanas ligando reclamando com raiva, as Águas Guariroba arrumou o vazamento, o pior é que mandaram os dois rapazes por volta das duas horas da madrugada e ainda estava frio. Quando eu ia dormir, eu ficava com medo da parede do meu quarto cair, e as vezes acordava assustado com isso. Um mês depois mudamos para outra casa a uns quarenta metros de onde morávamos, aa casa foi reformada e tinha mais espaço que a outra, mas quando veio a chuva surgiram as goteiras, e novamente minha reclamou na imobiliária.

Nesse ano, o clima na igreja ficou diferente, pessoas deixaram de frequentar a igreja no Monte Castelo e até deixaram a igreja, os motivos: desentendimentos, separações, rejeições, mudanças na igreja, falta de dá atenção aos outros, etc. Ao invés de mim ser o próximo, continuei indo a igreja, estudando a lição da escola sabatina, fazendo os pôsters das regiões missionárias, orando pelas pessoas que saíram ou foram outras igrejas, etc. Eu ainda ficava ansioso pelos meus projetos e por ter uma namorada, me dava tristeza, vontade de desistir. Minha mãe as vezes chegava cansada e desanimada do trabalho, dizia que queria ir embora pra outro país, porque aqui no Brasil você morre de trabalhar e não consegue nada, os parentes daqui de Campo Grande não ligam para saber como está, não nos visitavam, ansiosa para ir ao Rio de Janeiro para vê os parentes e eles me conhecerem. É triste, e o que é pior, se isso chegar aos ouvidos dos que não aceitam essa verdade, se doem e acham ruim.

No dia 2 de setembro fui no aniversário de casamento dos meus amigos Helder e Maguinória, e como sempre, eu indo toda semana tomar chimarrão, conversar e rir com eles. Certo dia, uma moça de Ribas do Rio Pardo chamada Sueli conseguiu entrar em contato com a minha mãe, ela disse que era parente do meu falecido avô Maurício e meu falecido pai Márcio, quando eu fiquei sabendo eu fiquei feliz.

No dia 16 eu e minha mãe fomos de carro com meu primo Valdevino que eu conheci no mesmo dia e sua esposa. Fomos pela Br-262, foi bom ter passado ali e vê a entrada da Fazenda Porto Alegre. Quando chegamos conheci minha prima Sueli e outros parentes á noite. No dia seguinte no domingo, conheci os outros parentes, a tia Guiomar, o tio Militão e outros, e comemos um belo almoço da tia Guiomar e na casa dela. Eu vi a estação de trem onde minha mãe e meu pai desembarcavam e embarcavam de Campo Grande. Quando chegou a época das eleições, eu nem assistia o horário político de dia, as vezes á noite, cada metendo pau no outro e uns só sabiam falar a mesma coisa e nada de propostas. Eu estava em dúvida em quer votar, foi terrível quando o Jair Bolsonaro foi esfaqueado e quase morreu. Até as pessoas se desentendiam uma com as outras. Antes do primeiro turno, eu orei a Deus para que uma pessoa embora com seus defeitos, governasse o Brasil com justiça, patriotismo, igualdade, etc. Voltei nele. Passaram-se duas semanas, orei novamente a Deus e votei no Bolsonaro novamente. Eu estava em casa com minha mãe, o meu amigo Mateus tinha lá tomar tereré comigo. Quando liguei a televisão a tarde, coloquei na Globo, estavam falando das votações, em alguns minutos, anunciaram que Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Comemoramos, as pessoas ascenderam fogos e vibraram. Mas algo incrível aconteceu, Bolsonaro, sua esposa e outras pessoas fizerem uma oração ao vivo em agradecimento a Deus.

Em outubro fui transferido para o CAPS Afrodite no centro da cidade, gostei de lá e conheci novas pessoas. Alguns que frequentam o CAPS da Vila Margarida onde eu frequentava foram para o Afrodite também. Em novembro, meu amigo Wellington tinha se acidentado de moto, fiquei dois dias na parte da tarde com ele no hospital da Santa Casa. Quando eu fui com ele fazer o raio x, uma moça levou ele na cadeira de rodas, entramos no elevador. Havia uma outra enfermeira, bonita e um pouco gorda, olhou pra mim e disse: Nossa, você tem um rabetão. Eu não sabia o que falar. Depois o Wellington falou pra eu pegar o número dela. Eu disse rindo: Ah, é melhor não. Fala sério, minha bunda é mais bonita que minha cara? Kkkkk. Quando contei isso para alguns amigos, eles riram. Durante seis meses, eu criei um novo mapa imaginário das ferrovias do Brasil e fiz alterações nos meus projetos com ideias novas.

Um certo dia, minha mãe foi despedida de onde ela trabalhava, a patroa e a filha foram muito ignorantes com ela. Minha mãe ficou muito triste, e eu também. No dia 15 de dezembro no sábado, fui a tarde na igreja, eu fiquei com o Vitor na sonoplastia, eu ainda estava triste com o acontecido da minha mãe. Teve o ano de encerramento, e os desbravadores estavam sendo condecorados, eu estava olhando aquilo e fiquei pensando: Vários amigos meus se formaram, os desbravadores sendo condecorados, e eu ainda não consegui chegar no objetivo dos meus projetos. Eu senti vontade de chorar, falei para o Vitor que eu ia tomar água, na verdade eu sai, peguei meu guarda-chuva e fui embora para casa. Alguns amigos meus estavam no corredor quando me viram indo embora. Mandei uma mensagem para a Camila Moraes e avisei que eu não ia para o ensaio da peça do natal. No sábado seguinte não fui a igreja, fiquei em casa escutando hinos das Irmãs Falavinha e Trio Alexandre.

Graças a Deus e com as orações, minha mãe conseguiu outro emprego de doméstica. Na outra semana, eu sair do grupo da família Souza, cansei de postar imagens e vídeos e quase ou ninguém curtir ou comentar, eu me sentir rejeitado outra vez como no passado. O meu primo Luís Felipe foi o único que conversou comigo no Whatsapp e perguntou porque eu saí. Ele disse que sente a mesma coisa que eu senti no grupo. Eu e minha mãe passamos a ceia do natal em casa, e eu almocei com a família Ortiz na casa do tio Geraldo Ortiz. Na madrugada do dia 27, eu sonhei que eu estava em Terenos, em seguida parei em um balneário, mas não tinha ninguém, mas de repente apareceu a Camila e me abraçou por de trás pelo pescoço e com toda alegria. Depois eu acordei trinta minutos para as oito horas, o horário que meu celular desperta. Um ano sem lembrar e pensar nela e isso acontece, eu fiquei quase vinte minutos sentado na cama e me perguntando porque isso aconteceu. Orei novamente a Deus para eu não ficar pensando nela. Tomei o café da manhã e fiquei sentado na varanda, triste e me perguntando porque eu tinha que sonhar com ela, orei várias vezes para eu esquece-la, já está comprometida e o que esse sonho significa. Eu queria sonhar com outras pessoas, como minha avó Genilce que eu ainda não vi e outras coisas. Se eu tivesse uma namorada agora, eu estaria pensando nela e de vê-la várias vezes, e por isso eu anseio em ter uma. 

No dia seguinte, eu estava tomando tereré á tarde, fiquei pensando se iria ter casamento na nova terra, em Gênesis eu aprendi que Deus falou que não era bom o homem ficar só, Ele disse isso antes do pecado surgir, então ele fez a mulher, e Adão e Eva passaram a ser uma só carne e Deus disse para eles serem fecundos e multiplicar. Então eu pensei: Se Deus disse que não era bom Adão ficar só, ao contrário dele disser para eles se fecundar, Deus poderia ter criado por exemplo mil homens e mil mulheres no mesmo dia, isso é uma suposição minha. Então no caso, Deus só iria dizer para eles se fecundarem após o surgimento do pecado, com isso veio o envelhecimento e a humanidade teria que continuar crescendo. É mais ou menos isso. Em Isaías diz: “... nem terão filhos para a calamidade porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles”. Então eu pensei que esses “eles” são pai e mãe.

Entrei no Youtube e vi um vídeo do pastor Leandro Quadros falando a respeito disso. Ele leu em Mateus 22:30 que na ressureição não há casamento e são como anjos. Quando li isso, senti uma profunda tristeza, não que eu seja contra as escrituras. Então me lembrei de Malaquias 3:6 que diz que Deus não muda e não volta atrás, e que em Gênesis ele disse que não era bom o homem ficar só e depois uniu Adão e Eva em uma só carne, isso antes do surgimento do pecado. Fiquei confuso e triste ao mesmo tempo, fiquei pensando nos meus primos e amigos que namoraram, casaram e tiveram filhos, em breve eu completarei trinta anos e ainda solteiro. Quantas pessoas namoram e casam, mas brigam, se separam, batem e matam uns aos outros, não valorizam o amor e não colocam Deus como o pilar do relacionamento, enquanto isso muitas pessoas querendo namorar e casar.

O ano de 2018 foi incrível. Nesse ano eu consegui o meu dinheiro dos retroativos da minha aposentadoria do LOAS graças a Deus e a minha advogada Rosana Cantero.

 

2019

 Em 1 de janeiro foi inaugurado o Burger King no Comper Ipê na avenida Mascarenhas de Morais. No dia 2 janeiro fui no velório da mãe do meu amigo Fábio Kanashiro. No dia 30 de janeiro comemoramos o aniversário da tia Francisca.

Certo dia conversei com a minha mãe se ela concordava de eu publicar o livro com o dinheiro dos retroativos. Ela estava meio sem certeza, mas me apoiou e concordou. Então liguei para o senhor Valter Jeronymo da Editora Life e disse que eu queria publicar meu livro. Marcamos um dia no escritório do meu amigo Sérgio Sepúlvida Junior. No dia 2 de julho eu assinei um contrato para a publicação do livro e dei uma de 1.950,00 R$. Em junho teve festa junina da chácara dos tios Geraldo e Suzana. Foram muitas pessoas.

No dia 12 de agosto fui com a minha mãe comer um lanche no Burger King. No dia 16 eu fui em uma lanchonete comemorar o aniversário do meu primo Vinícius.

No dia 18 eu e minha mãe fomos na festa de confraternização da Andressa, esposa do meu primo Nestorzinho e mãe dos meus primos Júlia e Gustavo. Ela estava fazendo tratamento contra o câncer e por isso fizerem a confraternização. A cantora Delinha estava lá e cantou a música O sol e a lua. Eu, minha mãe e outras pessoas tiraram fotos com a Delinha.

No mês de outubro a Andressa faleceu, no mesmo em que meu primo do Rio de Janeiro também faleceu. Em novembro o meu amigo pastor Nelson também faleceu com mais de oitenta anos. Foi um ano de percas, como a do José Marciano da ex dupla João Mineiro e Marciano, Rafael Miguel que fez o personagem Paçoca na novela Chiquititas, Gugu Liberato e outros.

No mês de novembro o senhor Valter me ligou dizendo que o meu havia ficado pronto. Eu estava preocupado em não conseguir o local da publicação. Então meu amigo Ádemir Barbosa conseguiu um local da publicação, a ACP (Sindicato Campo Grandense dos Profissionais da Educação Pública). No dia 12 de dezembro foi a publicação do meu livro Projetos para a humanidade e a noite de autógrafos e fotos. Alguns ganharam de presente o meu livro, outros comparam. Poucas pessoas foram no dia da publicação, além de mim e minha mãe foram o Ádemir, Camila Krieger e seu esposo Lucas, minha tia Henriqueta, Fabiana Souza, tia Célia e o Adriano, Sérgio Sepúlvida Júnior, Valter Jeronymo, doutor Emerson Otoni e sua mãe dona Nair, Fábio Kanashiro, Eduardo Fischer, Heber Souza Rosa, meu primo Michel Ortiz e sua esposa Renata e Carlos Antônio Nogueira (o Kaká). Depois da publicação, outros conhecidos meus e da minha mãe compraram meu livro. Eu e minha mãe esperamos até as 21:00 se ia vim mais pessoas, mas não vieram, então fomos embora de Uber. Passei o natal com a família na chácara dos tios Geraldo e Suzana, e o ano novo em casa com a minha mãe.

 Uma coisa que eu fico pensando as vezes, como seria bom se vários países do mundo, inclusive o Brasil, criassem florestas permanentes de eucaliptos em grandes extensões. Seria muito bom para contribuir para o meio ambiente. Nesses anos da década, enviei vários e-mails para embaixadas, consulados e até para a ONU falando sobre meus projetos, e não tive respostas. Até hoje a ADRA não me retornou sobre meus projetos que enviei em 2016.

Uma foto minha com a Delinha em Campo Grande, MS, 2019.


2020

 Em janeiro de 2020 o ano começou bombando. Os Estados Unidos matam o general do Irã Qasem Solemaini e surge o Covid 19 na China. E para piorar, o Covid se espalha pelo mundo, e no mês de março chegou no Brasil. O sentimento foi de medo, pedi muito a Deus que não piorasse a situação, mas aumentou, e muito. Um certo dia em abril, postei no Facebook e no Instagram que a vacina do Covid 19 já existia, e que a tendência era morrer mais pessoas. Talvez seja um equívoco, mas o mundo é mal, ganancioso, negligente, onde guerras e doenças geram dinheiro. Eu fui á igreja até o mês de março, depois não pude ir por causa da pandemia, nem ao Caps Afrodite eu não pude ir a cada catorze dias, somente nas consultas marcadas com o doutor Guilherme.  Eu comecei a escrever as histórias das empresas ferroviárias que eu criei, das que existiram e das atuais, o que levou maior parte do ano. No começo de maio, o meu gato Tom ficou muito doente. Eu e minha mãe levamos ele na clínica veterinária sábado a noite no dia 2. A veterinária disse que ele estava muito mal e que corria risco de vida e morte. Eu e minha mãe ficamos tristes e pensativos. Então o tom ficou internado. Voltamos para casa e ficamos preocupados.

Na hora de dormir eu orei a Deus para o Tom melhorar e ficar bem. No dia 3 as 3:00 horas da madrugada, eu estava dormindo quando a veterinária me ligou e disse que Tom veio a óbito. Eu e minha mãe ficamos tristes. Na manhã seguinte o clima em casa era de tristeza. Eu chorei muito pela morte do Tom, e na segunda feira também. Na terça feira, a minha amiga Valdirene perguntou para minha mãe pelo Whatsapp se nós queríamos outro gato. Estávamos indecisos, mas adotamos. Minha mãe colocou o nome dele de Sansão, castramos e vacinamos ele. Ás vezes eu e minha mãe sentíamos falta do Tom e dos bons momentos que tivemos com ele. No mês de julho os casos de Covid aumentaram no Mato Grosso do Sul e no país. Não se falava mais em notícias de acidentes de veículos, criminalidade, guerras, fome, etc, e só falava do Covid. Uma das coisas tristes que aconteceu foi o racismo nos Estados Unidos, eu nunca vi tanto isso como eu vi esse ano. Pessoas de vários lugares no mundo fizeram passeatas contra essa má prática dizendo “Vidas Negras Importam”. Sim, importam, aliás, todas as vidas humanas importam. Os dias se passavam, eu comecei a ficar triste e as vezes eu chorava quando ia dormir, com saudades do Tom, com medo de morrer do Covid, com medo de perder minha mãe, parentes e amigos. Eu até postei isso nos grupos da família e da igreja do Monte Castelo no Whatsapp, no Instagram, minha mãe nem sabe disso, pra não preocupar ela. Alguns parentes e amigos me consolaram. Aos sábados eu assistia o culto pelo celular, mas eu sentia vontade de está lá. Toda vez na hora de dormir e acordar eu orava a Deus para curar as pessoas com Covid e proteger os profissionais da saúde, minha família e amigos, para chover e acabar com as queimadas na Amazônia e Pantanal, e pelas pessoas do mundo. Comecei a escrever a estória das ferrovias que eu criei no Brasil e fiz alterações no mapa das ferrovias, e também fazer o mapa de cada companhia.

Em julho eu vi no R7 que a Rússia estava para lançar a vacina do Covid. Alguns a notícia passou no Jornal Hoje e outros jornais falando da Sputnik V, mas ela ainda não estava totalmente concluída, mas fiquei ainda mais feliz e confiante. No dia 26 de setembro meus amigos Ana Lídia e Bruno foram de manhã na minha casa levar o cartão do meu dízimo. Eu perguntei como eles estavam, e estavam bem. A Ana Lídia disse que ia ter um negócio a tarde na igreja e me convidou, e pediu pra mim levar minhas coleções. Então a tarde eu fui na igreja, fiquei feliz em está lá, a minha amiga Adriana Fagundes e outras pessoas ali ficaram felizes em me verem. A noite as crianças e alguns adultos levaram suas coleções de brinquedos e outras coisas. Eu levei minha coleção de moedas e cédulas de alguns países, todos acharam legal. A nossa amiga da igreja Hilda Segawa havia pegado Covid e foi para o hospital. Eu e outas pessoas da igreja e de outras oramos por ela durantes vários dias. No mês de novembro ela faleceu. Em dezembro minha tia Leila veio de Marília no estado de São Paulo. Ela ficou doente e ficou no posto de saúde do bairro Tiradentes, ela ficou mais ou menos quase uma semana lá. Os médicos não sabiam o que ela tinha, então disseram que tinha que enviá-la para o hospital da Santa Casa para fazer enxames. Ela ficou alguns dias lá, e não tinha como visitá-la por causa da pandemia. Eu, a família e amigos oramos por ela. Eu até pedi oração por ela no grupo adventista no Facebook. No dia 17 quando eu acordei pela manhã, vi meu Whatsapp e minha tia Hilda me mandou uma mensagem dizendo que ela tinha morrido. Abri o grupo da família Ortiz e todos estavam tristes. Eu fiquei muito triste e não entendi. Poxa, eu, a família e amigos oramos tanto por ela.

Eu agradeci aos irmãos de fé do grupo adventista por terem orado por ela. Oitocentos de setenta e nove pessoas reagiram na postagem. Os médicos não conseguiram descobrir a causa da morte. No dia 18 fomos ao velório dela, todos nós muito tristes, mais tristes ainda estavam meu tio Osmar seu esposo e meus primos Felipe e Vitória seus filhos. O Danilo o namorado da Vitória ficou consolando ela por vários minutos, e depois por vários minutos a Vitória ficou chorando e abraçando o corpo da mãe dela. Eu não tinha conseguido chorar no enterro.

Quando eu cheguei em casa, fiquei sentado na varanda olhando para o céu. Coloquei a música da Cindi Lauper, All Trough the Night, quase no final da música comecei a chorar. Depois postei no Facebook, Instagram e no grupo da família Ortiz a frase “Uma Nova Manhã Virá Outras Vez”. Passei o natal na chácara do tio Geraldo, algumas pessoas da família foram. Quando chegou a meia noite a tia Suzana fez um discurso de agradecimentos e pelas lutas que passamos no ano. Depois fizeram a oração do Pai Nosso e Ave Maria, eu fiquei em silêncio e triste ainda pela morte da tia Leila. Passei virada do ano novo com minha mãe em casa. Na manhã fui na casa da vó Josefa onde estava a família.

Era uma vez em 2020.

 

2021

No dia 2 de janeiro eu estava escrevendo minha história, escutando a música da novela Estrela de Fogo com o fone de ouvido e olhando as fazendas no Google Maps onde eu e minha mãe moramos. Eu estava olhando a Fazenda Porto Alegre em Ribas do Rio Pardo, me veio a ideia de pesquisar sobre seu Olímpio Perondi. Então pesquisei no Google e achei a foto dele junto com um rapaz de óculos escuro e uma menina na Fazenda Poção em Jaraguari. Eu entrei no Instagram e achei a neta do seu Perondi a Thabita que é veterinária e comecei a seguir ela. Nesse ano comecei a criar as histórias do Brasil, das ferrovias, rodovias e hidrovias do Brasil, e dos canais e sistemas de irrigação que criei na década passada.

 No mês de janeiro, minha tia Orcídia e uma amiga dela foram em casa apresentar as plantas de e apartamentos a venda e que seriam construídos. Conversamos e tiramos dúvidas. Então eu comecei a ficar pensando onde seria a casa minha e da minha mãe. Entre janeiro, fevereiro e início de março eu ia dormir com tristeza, porque eu não queria me mudar do bairro Monte Castelo e deixar de congregar na igreja do bairro e ficava com medo de mudar pra longe e lugar perigoso. Antes de dormir eu orava a Deus pedindo pra continuar morando no Monte Castelo ou ali perto. Eu até perguntei aos irmãos do grupo da igreja se sabiam onde tinha casa pra vender. Tinha uma casa a venda perto de casa, mas custava mais de trezentos mil. Então certo dia eu mandei um áudio pra minha mãe desabafando, e ela disse pra eu não ficar assim e confiar em Deus e que tudo daria certo.

Em abril eu assistia o Alecone Z e o Jé Biarra jogando o Resident Evil do um ao três ao vivo na game play do Facebook. No mesmo mês entrei no grupo Somos Árabes. Num certo dia eu publiquei um dos mapas do meu projeto de irrigação e falando que o objetivo era irrigar o Oriente Médio. No dia seguinte uma mulher chamada Khadija Ismail se interessou pelo meu projeto e me deu o seu número de celular. Conversamos no Whatsapp e falamos das nossas ideias. Falei que meu sonho era apresentar o projeto de irrigação que eu e meu primo Michel criamos. Alguns dias se passaram e eu fiquei aguardando ela me retornar. Ela tinha me passando o número do esposo dela o Roberto. Também conversamos e falamos das nossas ideias. Passaram-se duas semanas e eles não me retornaram. Eu ficava ansioso e esperando eles mandarem algum áudio, mas nada. No dia 1 de maio eu entrei no Instagram e vi a publicação da Thabita que o seu Perondi o avô dela tinha falecido dia trinta de abril aos noventa e quatro anos. Então eu postei uma foto minha da Fazenda Poção onde eu e minha mãe moramos e coloquei a notícia no Instagram e Facebook.

No dia 15 de maio quando eu estava na chácara do tio Geraldo, o seu Roberto mandou um áudio falando que não conversou comigo nos dias anteriores porque estava muito ocupado e viajando. Passaram-se os dias, eu mandei um áudio para Khadija perguntando se iríamos continuar falando sobre os projetos, mas nem ela e o seu Roberto me retornaram. Antes do final de maio eu fiz a inscrição de casas e apartamentos da Amhasf.

No dia 26 de junho quando eu estava a noite em casa, eu estava na sala quase pra encerrar minha atividade no meu notbook quando a Joana mãe dos meus irmãos por parte do meu falecido pai me ligou em outro número dizendo que o meu irmão Daniel tentou cometer suicídio tomando um remédio escondido da tarja preta em uma casa de uns amigos. Eu e minha mãe ficamos em choque quando recebemos essa notícia. Liguei para o meu tio Fernando e falei pra ele o que aconteceu e disse pra ele avisar a família Ortiz. No dia seguinte pela manhã, eu e minha mãe fomos na UPA da Vila Almeida visitar o Daniel, e lá estavam a Joana e minha irmã Sara na frente do posto. Perguntamos como estava o Daniel e a Joana disse que estava aguardando para vê ele lá dentro e que ele estava tomando soro para tirar o efeito do remédio que ele tomou e que ele estava bem, mas disse que ele seria encaminhado para o Caps quando surgisse uma vaga. Ficamos aguardando na frente da UPA e chegaram alguns parentes e amigos da Joana e ficamos conversando. Horas depois liberaram a entrada para vê o Daniel, mas somente uma pessoa podia entrar. Então eu entrei, passei pelos corredores e encontrei ele lá. Cumprimentei ele e perguntei como ele estava. Disse que estava bem e que queria ir para casa. Eu dei pra ele a comida que os tios dele haviam levado e dei pra ele e comeu tudo. Depois me despedi dele e fui lá na frente e falei pra minha mãe, para Joana e a irmã dela que o Daniel estava bem e melhorando e que estava ansioso pra ir pra casa. No dia 30 na quarta-feira na parte da tarde, eu e meu tio Fernando fomos na casa da Joana, e meu tio conversou com ela e o Daniel e disse palavras de conforto e ânimo para eles, e também para a minha irmã Sara. Poucas pessoas da família e amigos, uma entre os mil perguntaram do meu irmão e como ele estava. Quando fui na igreja no sábado ninguém perguntou. Isso me deixou muito triste e desanimado e comecei a ficar meio inquieto. Na hora de dormir eu esqueci de tomar os remédios pro sono e na manhã seguinte é que fui lembrar. Comecei a lembrar em Mateus 24:12: O amor de quase todos esfriará.

Faça uma festa e verá quantos irão. Se um dia ficar em uma situação difícil verá quantos não te ajudarão.

Estou cansando desse mundo. As redes sociais aproximaram as pessoas, e ao mesmo tempo as distanciaram. Com essa tecnologia avançada as pessoas não ligam, não mandam mensagens, pessoas ficam com depressão e solidão e as outras pessoas não dão atenção. Pra mim o mundo não é barulhento e sim silencioso. As pessoas não veem, não escutam e nem falam, mas quando alguém faz algo ou fala algo errado, fazem barulho, barulho de críticas, julgamentos e ofensas.

Quando eu estava assistindo a série dos Smalville As aventuras do Super Boy na Rede Brasil, no final do episódio quando a Lana não quis a rosa que o Clark deu pra ela e jogou no lixo, estava tocando a música Don’t dream it’s over de Sixpence None the Richer, uma música muito bonita que foi sucesso nos anos 2000. Depois fiquei escutando ela no Youtube e fiquei lembrando dos bons momentos naquela década. Na hora de dormir fiquei com essa música na mente e comecei a sentir saudades, e comecei a chorar. Passou o pranto e comecei a dormir.

Várias vezes enviei e mails para algumas embaixadas como a do Irã e Emirados Árabes Unidos á respeito do projeto de irrigação meu e do Michel, e também o meu projeto para Israel e Palestina, mas não me retornaram. Alguns e mails não foram enviados por causa de erro ao enviar. Também enviei alguns projetos meus para a assessoria do Nelsinho Trad através do e-mail da Erika lá de Brasília, mas não foram aprovados, segundo ela e a assessoria. Tirei print das conversas do Whatsapp com a Erika e da assessoria do Nelsinho Trad no Messenger do Facebook. Eu fiquei meio chateado pelos meus projetos não serem aprovados, e comecei a pensar que esse círculo chamado Campo Grande estava me impedindo de crescer e expandir, e que aqui há muitas pessoas desalentadas, e que talvez isso seja o motivo de eu não conseguir ninguém que se interessassem pelos meus projetos. Se até pelo meu livro muitos não se interessaram.

No dia 23 de julho assisti a abertura dos jogos olímpicos de Tóquio. Foi muito legal. Depois assisti algumas competições, como a do skate feminino onde a Raíssa Leal ficou com a prata. No dia 15 de agosto eu a família Ortiz nos reunimos na casa da vó Josefa para falarmos quem iria no casamento da minha tia Hilda. Anotaram os nomes e teve o cálculo de quanto cada um teria que pagar para irmos de van e mais a hospedagem lá em Santa Catarina. Antes disso já tinham criado um grupo no Whatsapp do casamento. No dia 16 eu assisti o Jornal Hoje e vi as tropas dos Estados Unidos se retirando do Afeganistão, e as pessoas correndo tentando entrar no avião e fugir do Talibã. Foi muito triste. Então eu mandei uma mensagem no grupo da igreja do Monte Castelo pedindo aos membros para orar pelo povo afegão. Alguns não se pronunciaram. No dia 17 recebi a notícia do falecimento da minha prima Renata do Rio de Janeiro devido o câncer na tireóide. Eu não a conheci pessoalmente.

No dia 27 eu estava olhando o Instagram, e vi a foto de luto da minha amiga Elvira. Então eu comentei: Meus sentimentos. Alguns minutos depois, ela me respondeu e perguntou se eu lembrava do Eder lá da Fazenda Pontal do Cachoeirão em Terenos. Foi ele que tinha falecido. Na hora eu fiquei espantado e triste. Perguntei qual foi a causa da morte, e ela disse que foi de Covid. Então abrir meu Facebook, pesquisei e achei o Eder, e também seus pais o seu Cláudio, e também sua irmã Eliane. O seu Cláudio aceitou minha solicitação, mandei meus sentimentos a ele. Alguns anos atrás eu tentei achá-los várias no Facebook, mas eu não me lembrava dos seus sobre nomes. E quando achei eles, fiquei sabendo dessa triste notícia. Na hora de dormir, tomei meus remédios e fiquei olhando a chuva pela janela da cozinha, e fiquei pensando. Ao dormir continuava chovendo, e fiquei pensando ainda mais no que aconteceu com o Eder. Fiquei lembrando do seu Perondi que também tinha falecido, dos bons momentos que eu tive no passado: Tudo está ficando para trás, e não tem como voltar no tempo. Antes do final de agosto, eu mandei uma mensagem para o Campo Grande News falando sobre meu livro e meus projetos. No dia 29, uma moça chamada Thailla, me mandou uma mensagem falando que recebeu minha mensagem, e que queria fazer uma matéria sobre meu livro. No dia 2, uma moça também do Campo Grande News me ligou me manhã quando eu estava dormindo. Ela me fez algumas perguntas sobre mim e o livro, os objetivos e tudo mais. Falei que desde a década passada, estou tentando apresentar e propor meus projetos, e até enviando e mails. Eu disse que os únicos interessados foi o consulado do Egito em São Paulo, que até queriam marcar uma reunião para falar sobre meu projeto de irrigação. E disse também que eu queria propor também meu projeto para Israel e Palestina.

No dia seguinte, o meu amigo Mateus falou que eu estava no Campo Grande News. Fui no Google, e lá estava eu na matéria. Compartilhei no Whatsapp, Instagram e Facebook. Alguns familiares e amigos me parabenizaram. Eu fiquei muito feliz. Mas, meu primo, que não prefiro mencionar o nome, não gostou de seu nome e idade ter sido colocado na matéria. Disse que não deu autorização para isso, e que não queria fazer mais parte de um dos projetos do meu livro. E disse para tirar o nome dele da matéria do jornal. Eu fiquei sem graça e meio triste com isso. Mas passou, e continuei de rosto erguido e confiante de que eu conseguir dá um outro grande passo, e continuar sonhando. Liguei para as moças do Campo Grande News e pedi para tirar o nome dele e a idade da matéria.

No dia 1 de novembro, mandei um áudio para dona Khadija falando sobre colocarmos a questão do meio ambiente nos nossos projetos, inclusive eu disse que o meu projeto de irrigação seria também para ajudar a natureza. Ela concordou e incluiu isso, e disse que quando tudo tivesse pronto, eles iriam me trazer ao local do escritório em Minas Gerais. Ela disse que ela e seu Roberto estavam desenvolvendo lavoura de soja orgânica, e também uma associação dos orgânicos de frutas e legumes. Ela perguntou se eu me interessaria em participar. Eu disse que não entendo muito sobre lavouras e solos, que eu não consigo decorar certas coisas devido minha síndrome de Asperger. Ela perguntou se eu poderia ir até Minas Gerais para conversarmos sobre os projetos, e disse que iria pagar minha ida e volta. Eu disse que eu nunca viajei sozinho para outro lugar distante. Eu perguntei quando mais ou menos iríamos começar os projetos, porque eu disse que eu e minha família por parte do meu falecido pai iríamos viajar para Santa Catarina, e se isso não iria atrapalhar.

Ela disse que gostou do meu esclarecimento e paciência. Disse que ela e o pessoal lá em Minas Gerais estavam na fase de arar e fertilizar a terra para a soja, disse que somente em janeiro de 2022 iríamos começar os projetos. Ela disse também que poderíamos conversar online em vídeo conferência, ou que eu poderia ir de carro pra lá com tudo pago. Então concordei, e eu disse que continuaríamos nos falando e trocando ideias. Eu disse pra ela que eu sou adventista e guardo o sábado, e perguntei se isso não iria atrapalhar, caso se algum dia tivesse uma reunião ou outra coisa no sábado. Ela disse que não iria ter problema, que ela é muçulmana e que seu esposo era católico, e disse que devemos nos unir por uma causa maior que é o universo, o respeito, amor, a terra e a Deus, e disse pra eu ficar despreocupado. Então fiquei feliz e mandei um ok com um sorriso. Então eu comecei a pesquisar sobre a produção de soja orgânica no Brasil, os diferentes tipos de solos do país e outros países, e mandei no e mail da dona Khadija.

Um certo dia, eu e meu irmão Paulo conversamos um com o outro pelo Whatsapp. Ele estava sentido dores na mão, e disse que iria operá-la no médico. Ele, sua esposa Vera, seu filho Vitor, e seu filho Luan do primeiro casamento estavam bem. As vezes eu não sentia vontade de ir no casamento da minha tia Hilda, não era mal pressentimento ou coisa assim, não sei porque mas, eu não queria ir. Mas aí lembrei que era a primeira vez que eu fui convidado para um casamento, e que eu não poderia fazer uma desfeita dessa. Então comecei pedir a Deus na hora de dormir para nos proteger na ida e volta e ocorrer tudo certo no casamento.

No dia 23, eu e a família Ortiz saímos por volta das 23:00 horas de Campo Grande e fomos para Santa Catarina, e seguimos pela deserta MS-040. As 4:00 da manhã chegamos em Bataguassu e atravessamos o rio Paraná. Por volta das 7:00, paramos para tomar o café da manhã no Posto São Mateus em Paraguaçu Paulista (SP), e depois continuamos a rota. Só não entendi é que passamos por Ourinhos, sendo que se passássemos por Londrina chegaríamos mais cedo em Santa Catarina. Então seguimos pela BR-153 sentido á Ponta Grossa (PR). Lindas paisagens, serras, cidades e fazendas pelo caminho. Quase chegando a noite, passamos pelo rodo anel de Curitiba. Horas chegamos na divisa entre Paraná e Santa Catarina, e só por volta das 22:00 chegamos na casa dos meus tios Hilda e Thiago em Tijucas.

 No dia seguinte, fomos para o hotel Cartagena na rua 226, Meia Praia, um ótimo e belo hotel bem próximo da praia. Tomamos banho na praia no mesmo dia. Na sexta de manhã fomos na praia de novo. Meu tio Fernando pediu pra eu comprar uma lata de cerveja pra ele num bar ali perto onde estávamos. Quando eu votei, uma adolescente branca e loira que estava sentada no banco na calçada olhou com um sorriso pra mim, e eu continuei seguindo entre frente. Eu estava de máscara, e eu fiquei encantado com isso, coisa rara de acontecer em Campo Grande. Eu estava no paraíso. Até deu vontade de morar lá. Depois do banho, voltamos para o hotel, almoçamos, e depois descansamos. Horas depois, nos arrumamos para o casamento dia 26 de novembro. Depois de tardezinha, fomos para o Indaía Restaurante em Itapema, o local do casamento. O casamento foi lindo, perfeito e maravilhoso. Depois comemos uma deliciosa comida do buffet. Depois teve música e dança. Eu e minha família apreciamos a linda vista no restaurante no alto da serra e avistando a cidade de Itapema e o mar. O casamento terminou na madrugada de sábado por volta das 3:00 horas, e voltamos para o hotel. Alguns estavam bêbados.

No mesmo dia fomos na praia novamente. Á noite passeamos pelo centro de Meia Praia, e depois de algumas horas andando, fomos numa pizzaria, onde comemos quatro pizzas enormes, estávamos em mais ou menos 21 pessoas. Estavam deliciosas. No domingo, arrumamos as malas, e saímos do hotel por volta das 13:00 horas, mas tivemos que parar no mecânico para trocar uma peça da Van. Algumas horas depois seguimos de volta pra casa. E dessa vez passamos por Londrina (PR), e eu estava na frente guiando o Rafael o motorista pelo GPS. Chegamos em Campo Grande na tarde de segunda feira. Uma certa noite em casa, quando fui dormir, eu fiquei pensando na minha mãe. A rotina dela nesses anos era casa serviço, serviço casa, e as vezes chegava alegre, outras chegava muito cansada, chateada e tarde. Várias vezes fui na chácara e não dava para ela ir, em festas de aniversárias, almoços de domingo na vó Josefa. Quando chegava domingo, ela queria mesmo é descansar e sem barulho. Eu não me conformo com isso. Eu fui á vários lugares, como em Santa Catarina e não dava pra minha mãe ir, porque não tinha quem ficar cuidando nossa casa e o Sansão. As vezes minha mãe dizia que queria ir embora para o Rio de Janeiro, ou para outro país, porque aqui no Brasil as pessoas morrem de trabalhar e não conseguem nada. E reclamava do aluguel caro e da casa com alguns problemas de estrutura. Então fiquei pensando que, quando eu conseguir dinheiro com os meus projetos, minha mãe não precisará de trabalhar e se aposentar. E também comprar uma casa condomínio para sair do aluguel. Assim minha mãe teria como ir nos encontros da família na cidade e na chácara, e viajar um dia ao Rio de Janeiro e vê os parentes que ela não vê há muito tempo e que eu não os conheci pessoalmente. Em dezembro, eu e minha mãe levamos alguns alimentos no Corpo de Bombeiros do bairro Coronel Antonino para ser levados as pessoas que enfrentaram enchentes na Bahia. E eu mandei um dinheiro pelo pix para ajudá-los. Passei o natal na chácara dos meus tios Geraldo e Suzana, e foram algumas pessoas da família. E passei o ano novo em casa com minha mãe. Na manhã seguinte fomos na casa da vó Josefa, e fazia tempo que minha mãe não ia lá.

 

2022

Um certo dia, mandei uma mensagem para a dona Khadija perguntando quando nós iríamos começar a colocar nossos projetos em prática. Ela disse que depois do dia 20 de janeiro iríamos começar. Passaram-se os dias e nada dela me dá uma notícia de quando íamos começar. Eu comecei a ficar um pouco ansioso. Nesse ano recriei meu mapa imaginário das ferrovias, e fiz alterações nos outros mapas. E também recriei as histórias das empresas ferroviárias do Brasil.

No dia 17 de janeiro, eu tive um sonho. Não entendi direito, mas foi assim: Era de manhã numa escola dos Estados Unidos, com vários alunos e professores. Uma adolescente, loira, branca e de olhos claros, e bonita. Ela era uma aluna excelente e famosa na escola, muitos gostavam dela. Ela era também em um esporte, e sempre ganhava. Mas ela morreu, todos ficaram tristes, e fizeram uma homenagem a ela. As 9:00 horas eu acordei, e fiquei pensando se era apenas um sonho, ou foi um acontecimento. Até perdi o sono.

Um certo dia, minha mãe sentiu alguns sintomas no corpo, e no dia 2 de fevereiro ela foi no posto de saúde para fazer o teste do Covid. Quando ela chegou em casa, ela disse que testou positivo. Eu meio que fiquei em choque, mas ela não estava tão ruim dos sintomas. Ela ficou de atestado e tomou os remédios que o médico passou. No dia 3 eu fui no posto fazer o teste. Como foi ruim o cotonete no nariz. Eu testei positivo, mas eu estava apenas com uma gripe, e a médica me receitou os remédios e fiquei de atestado alguns dias em casa. Poucos parentes e alguns amigos perguntaram como estávamos e nos desejaram melhoras.

Um certo dia no domingo, choveu muito e começou a goteirar muito pela parede da sala em casa. Minha mãe ficou irritada com isso. No dia seguinte minha mãe reclamou na imobiliária. O seu Izailton o corretor foi conversar com a dona que mora atrás de nós para que deixasse arrumar a parede para evitar as goteiras. Ela disse que só ia deixar arrumar com uma ordem judicial. O seu Izailton falou para minha mãe, e aí ela disse que teríamos que nos mudar. Eu fiquei triste, pois eu não queria mudar do bairro. Minha mãe conversou por celular com o tio Geraldo sobre a casa á venda que ele tem no bairro Noroeste. Então fiquei pensando: “Morar no Noroeste’’? Lá é um bairro muito perigoso, e eu ficaria com medo de roubar nossas coisas ou de sermos assaltados na rua.” Então pedi oração dos irmãos na igreja pelo grupo do Whatsapp, e falei que eu não queria me mudar do bairro Monte Castelo e deixar de congregar na igreja no bairro. E disse que eu tenho medo de morar no Noroeste. Ao dormir fiz minha oração e falei pra Deus o que eu sinto, e pedi para nos ajudar. E pedi para que a dona que mora atrás de nós deixasse arrumar a parede para não precisarmos mudar e para não prejudicar o seu Nelson, o dono da casa onde moramos. Quando fui levar o dinheiro do aluguel na imobiliária, a Aparecida, que é a funcionária, falou que ia falar ao seu Nelson para ele conversar com a dona de trás de casa. Antes de dormir, orei novamente á Deus para nos ajudar e para me dar forças e ânimo. Poucos dias depois, minha disse que o seu Izailton disse que a dona de trás de casa deixou arrumar a parede. Fiquei feliz e disse pra minha mãe que eu tinha orado á Deus, e agradeci. Eu continuava ansioso para a dona Khadija me dá uma notícia. As vezes eu mandava um bom dia, boa noite, e ela me dava também. Então orei á Deus para que ela me desse uma notícia de quando iríamos começar nossos projetos. Um certo sábado na classe dos jovens na igreja, eu pedi aos meus amigos para orar por mim á respeito disso.

No dia 25 de fevereiro, eu assisti o MSTV pela manhã e falaram que a Rússia invadiu a Ucrânia. Eu já esperava isso acontecer, e era apenas o começo de uma nova fase da guerra fria. Então eu pensei sobre o assunto e pesquisei. Criei umas propostas e enviei para a ONU por e-mail.

No dia 15, eu mandei uma mensagem de bom dia para dona Khadija as 12:11. As 12:13, ela mandou um áudio agradecendo pelas mensagens. E disse que os negócios estavam em andamento e iria ter mais negócios em campos de lavoura e produção de frutas e legumes que poderão se escassear devido as guerras e as mudanças climáticas, e que em abril iríamos começar e para eu me preparar. Eu respondi: “Que bom, estarei aguardando.”

O mês de abril chegou, e mais uma vez não deu para mim, a dona Khadija e seu Roberto fazermos o vídeo conferência para conversarmos sobre nossos projetos, e foi adiado para outro dia, e mesmo assim não ocorreu. Eu estava ansioso. Eles estavam muito corridos e surgiu imprevistos, mas resolvi esperar e aguardar eles retornar.

As vezes vem muitos pensamentos em minha mente. Eu tenho um apego muito grande ao passado e tempos antigos. Em nasci em 1989, mas penso que nasci a mais tempo, em 1940, 1950. Há coisas nessa geração que não me agradam, por exemplo, a maneira como mudou o comportamento das pessoas de mau a pior. Eu sinto saudades dos bons tempos. Aqueles bons momentos em família, com os amigos nas escolas, quando não tinha Whatsapp e Facebook, e nos comunicávamos muito bem. Eu fico triste é que tudo passou e ficou para trás tão rápido, e agora parece que as coisas ficaram sem graça.

Eu fico pensando nas gerações que passaram, os bons momentos que ocorreram. Aquela geração que construiu a ferrovia Noroeste do Brasil, os programas de tv e emissoras que ficaram para trás, das copas do mundo e olimpíadas, quando as pessoas comemoram o fim da segunda guerra, as pessoas que fizeram história, os desenhos animados que fizeram sucesso, os bons momentos na zonas rural e suas gerações que nela viveram, os velhos encontros em família, parentes e amigos que se foram, ferrovias que levaram o progresso e foram erradicadas, os cantores e compositores que deixaram suas marcas na história, países que deixaram de existir, as missas e cultos nas igrejas e suas gerações. É, são muitas recordações. Minha mãe também sente saudades dos momentos que ela teve em Mangaratiba, e dos avôs dela. As vezes não sinto vontade de viver nesse mundo, tem coisas que é difícil entender e aceitar. As vezes fico pensando quanto tempo vou viver aqui, e se estou preparado para a grande e final perseguição que fala em Apocalipse 12:17. Sinto vontade de visitar as fazendas onde eu morei, mas só posso vê-las pelas imagens do Google Maps.

Sinto falta das pessoas que deixaram a igreja, se afastaram e não deram mais notícias, dos bons momentos na igreja do Monte Castelo, e dos membros que faleceram. Não é fácil, mas peço a Deus para me dar forças e ânimo e não desistir.

Passaram-se os meses de abril e maio, e a dona Khadija não me mandou mais notícias, de vez em quando mandava bom dia e boa noite. Então percebi que a ideia de colocar os projetos em prática não iriam acontecer, e meus sonhos não iriam se realizar. Eu fiquei pensando para quem eu poderia pedir ajuda, mas não achei ninguém. Em junho eu mandei meu projeto para o Mato Grosso do Sul por e-mail para a senadora Soraya Thronicke, e fiquei aguardando a resposta. Procurei uns grupos de irrigação no Facebook para tentar achar alguém a me ajudar no meu projeto de irrigação, mas não consegui. As vezes minha mãe olhava para mim e perguntava porque eu estava meio chateado, e era porque a dona Khadija e seu Roberto não mandavam notícias, ou novidades, e quando iríamos começar nossos projetos. Parece que tudo que eu tento fazer dá errado. Eu penso que como já estamos no fim dos tempos, meus projetos não se tornaram realidade, ou ninguém vai saber deles. As vezes penso em morar eu e minha mãe numa chácara, e lá eu fazer minhas maquetes que sonho em fazer um dia, e deixar esses meus projetos somente onde eu criei, no meu mundo imaginário.

Na primeira semana de junho, eu recebi uma notícia no grupo da igreja que a Maria Fernanda tinha se suicidado. Eu não acreditei e fiquei triste.  Foi muito triste para a família, e para o meu amigo Pedro que era esposo dela. No dia 16, a cantora do Mato Grosso do Sul a Delinha faleceu, a dama do rasqueado que deixou um grande legado na história da música sertaneja.

No dia 6 de agosto, fui com meu amigo Wellington assistir o filme do Thor, Amor e Trovão no shopping Bosque dos Ipês. Chegamos meio atrasados, mas conseguimos assistir. Quando chegou quase no final do filme, tocou uma parte da música November Rain do Guns N’ Roses na parte em que as crianças receberam poder da arma do Thor e lutaram. O Wellington ficou feliz porque é a música favorita dele. E, quando chegou na parte em que o Gorr encontrou sua filha antes de morrer, o Wellington se emocionou, porque ele se lembrou da sua filha Iadira, que fazia um tempo que não a viu mais. E eu segurei para não chorar, porque fiquei triste que a Jane Foster morreu. Quando filme acabou, fomos passear no shopping, e depois fomos embora.

Dias depois, no dia 31 de agosto, eu estava dormindo na sala com a tv ligada na Globo no Jornal Hoje. De repente eu acordei, e vi que Mikhail Gorbatchov tinha falecido. Eu fiquei triste porque eu gosto de história. Ele foi o último líder da União Soviética. É como tivesse falecido o último imperador do Império Romano, do Império Chinês, do Império Russo. E no dia 8 de setembro, faleceu a rainha do Reino Unido Elizabeth II. Na época das eleições, passavam as propagandas eleitorais, e os políticos como sempre atacando e acusando uns aos outros e negando seus erros. Sem falar então dos debates. O da Globo foi tenso. E nas redes sociais, as pessoas criticando, zombando, brigando, excluídos uns aos outros, etc. No primeiro turno votei na Simone Tebet, e no segundo eu não tive escolha a não ser votar em Bolsonaro em vez do Lula. E o Lula ganhou com 50,90% votos. Eu aceitei o resultado na boa, postei nas redes sociais desejando ao Lula fazer o melhor possível para esse país. Mas muitos não se conformaram, e com o passar de alguns dias, fizeram passeatas e protestos contra o resultado das eleições. E digo uma coisa: 2023 promete. Como será essa nova temporada? Melhor não fazer spoilers kkkk.

No dia 8 de novembro, fui no lançamento do livro Frações de Vida dos meus amigos Ádemir e Marduqueu na Semed de Campo Grande.

No dia 14 de novembro, postei isso nas minhas redes sociais: Sabe quando você cansa de remar por não chegar em lugar nenhum? Eu me sinto assim. Parece que tudo que faço não dá certo, perda de tempo. Do que adianta eu ter tanta sabedoria, talento. Só hoje eu saí de quatro grupos no WhatsApp. Não sei explicar o porquê. Vou dar um tempo. Até na igreja as coisas não são como antes. Talvez o problema esteja em mim.

Só Deus e minha mãe para me ajudar...

Somente minha mãe e minha tia Hilda perguntaram porque eu saí dos grupos. Não é fácil. Eu me sinto pressionado com tantas coisas erradas nesse mundo que, as vezes dá até vontade de excluir meu Facebook e Instagram ou de gritar de raiva.

Um certo dia em novembro, eu estava em casa a tarde assistindo a novela O rei do gado, quando vi a parte em que o Bruno Menzenga e Giuseppe Berdinazzi estavam discutindo sobre o neto deles. E quando Giuseppe faleceu eu chorei, porque lembrei do meu avô Maurício Machado, que gostava muito de mim. É uma novela bonita, tirando algumas partes. Marcou minha infância na Fazenda Voltinha em Ribas do Rio Pardo.

Há uns meses atrás, pensei em criar um site para as pessoas conhecer meus trabalhos, meus mapas por exemplo, já que publicar meu primeiro livro não deu certo. No dia 18, meu grande amigo Belchior me ajudou a criar meu site. E no dia 24 postei meu primeiro artigo sobre o Brasil imaginário. Enviei para alguns parentes e amigos, e também no Facebook e Instagram. Passei o natal com minha família na chácara dos meus tios Geraldo e Suzana. Eu ia passar o ano novo com a família Ortiz, mas peguei Covid, sintomas bem leves, e não pude ir. Passei em casa com minha mãe.

 

2023

 Mais um ano tinha chegado. E parecia que as coisas continuavam as mesmas. Sinto falta dos bons momentos da igreja, dos J.A, dos pequenos grupos, quando tinha mais pessoas, dos testemunhos, etc. Resumindo, eu queria que voltasse a essência. Vi pessoas entrarem e saírem da igreja, alguns se mudaram, outros faleceram, outros se desentenderam com outros, pessoas que não falaram mais comigo. Eu tenho minas falhas, pecados. Me pergunto se eu espantei as pessoas da igreja, se fiz algo errado. Nunca desrespeitei ninguém, nunca discuti, nunca rejeitei. Sempre tratei todos com respeito.

Em janeiro, meu tio Emílio pegou uma pneumonia e foi internado no Hospital da Cassems. Fiquei sabendo quando fui na casa da minha tia Henriqueta, e minha tia Suzana me falou. Ela perguntou se eu podia ficar com o tio no hospital para fazer companhia para ele. Eu disse que sim. Eu ia na parte da tarde das 13:00 até 18:30 durante três semanas. Ajudei á dar comida, ir no banheiro e gostamos do canal ISTV, como o filme do Porco voador. Ele se emocionou no final do filme Titanic de 1953, na parte em que as pessoas do navio cantavam o hino Mais perto quero estar. Meus primos Talita e Júnior, filhos do meu tio Emílio perguntavam como ele estava. Eu mandava notícias para eles no Whatsapp e Facebook. Eles mandaram fotos deles e dos seus filhos e mostrei pro meu tio. Ele ficou feliz e disse que eles estavam bonitos.

Depois de dois meses, no dia 16 de fevereiro eu estava no Whatsapp e vi que seu Roberto estava online. Então liguei pra ele, perguntei como ele e a dona Khadija estavam. Conversamos umas quatro horas falando sobre nossas ideias, soja orgânica, etc. Eu fiquei agradecido a Deus por eles estarem bem porque pensei que tinha acontecido alguma coisa. Nesse ano recebi alta do caps, e comecei a frequentar a terapia na UBS do bairro Coronel Antonino, onde conheci algumas pessoas. Meses depois começamos a fazer caminhada na praça do Belmar Fidalgo no centro de Campo Grande.

No dia 25 de maio eu tive um sonho. Eu estava em um palácio na Rússia com Vladimir Putin e outras pessoas. E que o Cazaquistão e a Mongólia se unificaram com a Rússia. Seria apenas um sonho ou aviso? No dia 17 de julho fui visitar minha tia Francisca no hospital, ela estava internada. Quando a vi segurei para não chorar, estava com uma aparência diferente. Ela não sabia que eu estava ali, mal conseguia ver. No dia seguinte recebi a notícia do seu falecimento. Quase toda a família foi no velório.

Uma certa noite em agosto, eu estava em casa assistindo canais no Youtube pela televisão, e apareceu uma propaganda falando da Lei Rouanet explicando como funcionando. Então pensei e me inscrevi, e comecei a assistir as aulas no Youtube. Acreditei que poderia ser minha chance de mostrar meus projetos e histórias ao Brasil e o mundo. Mas no final disso tudo tinha um porém, tinha que pagar a matrícula. Como eu não tinha dinheiro então desistir. Uma pena.

Na madrugada do dia 3 de outubro tive outro sonho com a Rússia, Cazaquistão, e também com a Ucrânia. Dessa vez foi diferente. A Rússia estava atacando a Ucrânia com toda a sua força armamentista, e as pessoas corriam desesperadas. O Cazaquistão iria se unificar com a Rússia. Essa também pretende anexar novos territórios. Alguns meses atrás vi uma matéria dizendo que Belarus quer se unificar com a Rússia. Sonhar com o mesmo sonho duas vezes? Será apenas um sonho ou aviso? O tempo dará a resposta. Infelizmente a situação só piora nesse mundo. A guerra entre Israel e o Hamas, calor intenso, e o amor das pessoas se esfriando. Pior, se congelando. Ultimamente me senti triste e desanimado. As coisas não são mais como antes, as pessoas estão estranhas, sem interesse do que é bom. E se é uma modinha chata e maldita que estão seguindo agora é fingir de demência e ser capiroto. Aff! Que maldicéia. Uma das coisas boas desse ano foi meu site que teve mais de três mil visualizações.


2024 

Em janeiro comecei a fazer os mapas imaginários dos estados brasileiros, começando pelo Rio Grande do Sul. No final de abril e o mês de maio, o estado enfrentou a pior enchente desde 1941. Foi muito triste. Eu e minha mãe levamos doações ao corpo de bombeiro para ser entregues aos gaúchos. Infelizmente nosso querido Silvio Santos faleceu, deixando um grande legado no Brasil. Nesse dia, fui visitar meu primo André na Santa Casa, ele estava dormindo, e o estado dele era grave. No dia seguinte ele faleceu. Nesse ano enviei, sei lá, mais de cem mensagens no Facebook, Instagram e e-mails sobre meus projetos, mas ninguém se interessou, e pouquíssimas pessoas me responderam, mas também não quiseram me ajudar. Enviei também para várias embaixadas, rabinos, xeiques, emissoras, famosos, igrejas, jornais, programas de tv, etc. Mas ninguém me respondeu. Então eu cansei de enviar, pois percebo que o fim está próximo. Não é falta de fé minha, satanás sabe das minhas boas intenções e usa as pessoas para não me darem atenção. 

No dia 15 de novembro, á noite, eu estava vendo as fazendas que morei pelo Google Maps, eu estava vendo a Fazenda Cascata, onde morei em 1999 e 2000.  Eu estava escutando música, de repente eu falei comigo mesmo no pensamento: pare, pare a música. Então pausei a música, e vi a vila de casas abandonada e com mato. Me deu uma tristeza, fiquei lembrando dos momentos que vivi e as pessoas que conheci. A estrada que dava acesso á ela sumiu por causa da lavoura. Eu também estava vendo a Fazenda Recanto onde morei em 1995, a casa onde morei foi demolida. Então me lembrei de um ditado: nem todas as coisas permanecem no mesmo lugar. No dia 8 de dezembro, fui no almoço da Afapedi com seu Ari e dona Sônia, e foi muito bom. No final tirei fotos com os ferroviários aposentados. No dia, eu e meus amigos da igreja fomos na casa do pastor Juracy para nos despedimos dele, da dona Sirley e Jossinara. Conversamos muito, o pastor então perguntou qual os nossos sonhos. Todos pediram para que Jesus volte em breve, e eu também pedi isso, e desabafei, dizendo que eu tenho meus projetos, mas que ninguém se interessa, e que o mundo e seus adoradores provaram que são um fracasso.  Nada será como antes, eu e minha mãe estamos cansados de muitas coisas, injustiças, frieza, desunião na família, as pessoas abandonando Deus, o mal sempre vencendo e outros. Meu sonho agora é que Jesus volte em breve. Essa é a minha esperança. Mas enquanto ele não volta, vou levar sua mensagem e testemunhar de seu amor ás pessoas. 

Se você gostou e quiser doar qualquer valor para apoiar meu trabalho será bem-vindo. Deus te abençoe e proteja.

Pix: 033 064 281 24. Jonas Alexandre Xerém da Silva.






 



 






 





 
























 


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