Resumo
da história.
A primeira ferrovia brasileira foi construída em 1854 por Irineu Evangelista de Souza, e alguns anos depois outras linhas começaram a ser construídas para transportes, como o café. E mesmo assim, no final do século XIX, o Brasil tinha uma malha pequena com poucos quilômetros com várias bitolas, sendo a maioria na região sudeste. E por volta dos anos 1890 que o governo decretou que as companhias deveriam adotar a bitola de 1,000 mm ou a de 1,600 mm. Até o final dos anos 1920, o país já tinha uma malha extensa, mas deixou de construir outras linhas que seriam fundamentais para integrar o país. Para ter uma noção por exemplo, não tinha uma ligação direta da cidade do Rio de Janeiro á Fortaleza e Porto Alegre. Vários projetos de ferrovias ficaram no papel. Os governos federal e paulista nem ser quer adotaram a bitola mista que poderia se fundamental em algumas linhas. Em 1957, as ferrovias da união foram unificadas e formaram a Rede Ferroviária Federal S.A, e a partir daí as ferrovias receberam menos investimentos e várias linhas foram erradicadas, porque o governo deu prioridade ás rodovias. Nos anos 1980, o governo decretou que toda a malha deveria ser padronizada, no caso com a bitola de 1,600 mm, mas os anos se passaram, e a padronização não ocorreu. Em 1997, o governo privatizou as ferrovias, extinguiu a Rede Ferroviária S.A, e também tirou os trens passageiros, o mesmo aconteceu no estado de São Paulo em 1998. Nos anos 2000, as ferrovias voltaram a crescer no país, mas em marcha lenta, sendo algumas até hoje não foram concluídas, como a Norte Sul e Fiol. A maioria das ferrovias de bitola métrica (1,000 mm) não receberam nenhuma padronização para a bitola de 1,600 mm, e atualmente algumas estão desativadas e em péssimas condições de conservação. Resumindo, estamos pagando o caríssimo preço por causa da corrupção e burocracia.
Mapa das ferrovias do Brasil em 1954.
A China por exemplo, que era mais pobre que o Brasil, atualmente é a segunda maior economia do mundo e possui mais 100 mil quilômetros de ferrovias em todo o seu território contra 30 mil do nosso país. A China construiu em poucos anos uma ferrovia nas regiões montanhosas do Tibete onde a altitude passa de 2 mil metros, enquanto o Brasil ainda está construindo a Ferrovia Norte Sul desde os anos 1980. Trágico. E somente o nosso país é que está, digamos, investindo em ferrovias na América do Sul, já que a ligação de Paranaguá no Paraná á Antofagasta no Chile por exemplo, não saiu do papel. Enquanto isso na África e Ásia as ferrovias estão expandindo. Meus parabéns a eles.
Esse é o mesmo mapa em 1954, mas com ligações que poderiam ser construídas anos antes, e com bitola mista em algumas linhas que fariam a malha ser conectada do sul ao nordeste e parte do centro oeste.
Alguns dizem que a bitola
métrica de 1,000 mm é ultrapassada, e outros dizem que ela ainda é fundamental
e eficiente. No Japão, a maioria das ferrovias são estreitas com a bitola de
1,067 mm, enquanto as linhas de trens balas possuem a bitola de 1,435mm.
Estamos falando da terceira maior economia do mundo... então porque ainda possui
bitola estreita? Se deu certo no Japão, acredito eu que poderia dar certo
também no Brasil. No caso teria que adotar a bitola mista em algumas linhas
para facilitar a integração.
Esse é o mapa das ferrovias do Brasil. As linhas rosas possuem a bitola de 1,000 mm, a azul 1,435 mm, verdes claros 1,600 mm, as cinzas bitola mista, as douradas erradicadas, as em ouro velho planejadas e as verdes são propostas minhas. E se de fato o governo investir e padronizar toda a rede, teremos uma extensa malha em todo o país. E quem sabe trens passageiros.
Esse é o mapa de como poderia ser atualmente as ferrovias no Brasil, com as bitolas de 1,000, 1,600 mm e bitola mista em algumas linhas. E a bitola de 1.435 mm no Amapá.
Mas sinceramente, esse
sonho não vai acontecer. Todas as oportunidades foram jogadas no lixo. São mais
de 170 anos de ferrovias nessa nação e não temos nem a metade que a Rússia
possui, sem falar do potencial de hidrovias que infelizmente também não receberam
investimentos. E quanto as rodovias, até hoje há várias delas que não foram
concluídas, trechos sem asfalto, sem pontes, algumas nem saíram do papel e
outras em péssimas condições de tráfego. Se agora o lema do novo governo é
União e Reconstrução, vamos então mais uma vez aguardar o que sonhamos há décadas.
Mas, sinceramente...
em 2 mil e nunca.
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proteja.
Pix: 033 064 281 24.
Jonas Alexandre Xerém da Silva.
Perfeito. Excelente trabalho, excelente pesquisa. Só quero lembrar que, por volta de 1956, o Brasil fez a chamada opção rodoviária. Tremendo erro. Acontece que o investimento em uma rede de transportes certamente envolve outros investimentos, como incentivar a produção industrial ou agrícola em certos pontos. Mas foi, obviamente, a pressão e o lobby das petroleiras e das montadoras que levou a essa decisão. Esse mesmo lobby ocorreu em outras partes do mundo, nem sempre com sucesso.
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