sábado, 22 de julho de 2023

História real e imaginária das hidrovias do Brasil (i). Jonas Alexandre Xerém da Silva - JAXS.


Olá pessoal. A história a seguir tem a parte real e a parte imaginária. Eu acrescentei alguns fatos que são imaginações minhas. Há imagens que foram coletadas do Google e algumas foram alteradas para representar a história. E tem os mapas que eu fiz.

Bem-vindo as hidrovias do Brasil como você nunca viu.

O transporte marítimo é de vital importância para o Brasil em suas relações comerciais. Desde o Brasil Colônia, o transporte marítimo tem importância fundamental, pois permitia uma ampla troca comercial (comércio triangular) entre Portugal, Angola e Brasil. Foi também o transporte marítimo que permitiu, ao Brasil Colônia, ganhar relativa autonomia política em relação a Portugal, com a abertura de portos. Os rios de fácil navegação nessa época era os rios Amazonas, Solimões, Negro, Madeira, Paraguai e partes dos rios Tocantins, São Francisco e Xingu. Já os demais trajetos e outros rios como o Teles Pires, Araguaia e Paraná eram difíceis de navegar por causa das cachoeiras e corredeiras. Assim foram as hidrovias no Brasil Colonial do século XVI ao XIX.

Mapa das hidrovias do Brasil em 1822.


Quando o Brasil se tornou independente em 1822 já possuía portos, estaleiros, navios e uma hidrovia extensa pelo mar e por rios como o Amazonas que foi fundamental para um novo início do crescimento econômico. Em 1830 o imperador Dom Pedro II propôs a criação e expansão de novas hidrovias pelo Brasil nos rios de difícil navegação. O imperador enviou alguns brasileiros para a Europa, Canadá e Estados Unidos para trazerem novidades de tecnologias de hidrovias. O governo propôs o projeto também aos governos da Argentina e Paraguai pra criar hidrovias navegáveis nas partes difíceis do rio Paraná. Em 1835 rompeu a Guerra dos Farrapos que durou até 1845, mas isso não impediu os planos de novas hidrovias. Em 1835 iniciaram-se as construções das eclusas e canais nos rios Tocantins e Araguaia para ligar o Pará á Goiás, e também eclusas nos rios Paraná e Paranaíba tendo suas conclusões em 1843. Foram as primeiras hidrovias com eclusas do projeto a saírem do papel. Os primeiros portos dessas hidrovias foram Vila Rio dos Bois no rio Paranaíba e Porto Araguaia em Goiás, Foz do Iguaçu no rio Paraná e Marabá no rio Tocantins no Pará. Em 1838 o governo brasileiro apresentou ao governo da Bolívia o projeto do canal de Paraporé para ligar os rios Paraguai e Guaporé para ligar o sul ao Noroeste do Brasil e também facilitar a navegação nos rios Mamoré e Madeira. O governo boliviano se interessou pelo projeto. Nessa época foram importadas embarcações a vapor e algumas foram fabricadas nos estaleiros do Brasil. Em 1841, Brasil e Bolívia iniciaram as obras do canal de Paraporé e das eclusas nos rios Madeira e Mamoré. O canal de Paraporé foi construído no sentido norte sul. Em 1846 as eclusas nos rios Madeira e Mamoré foram concluídas, e o canal de Paraporé foi concluído em 1854. Foi construída uma eclusa no canal na fronteira com o Brasil e Bolívia já que a parte sul está no nível do rio Paraguai e a parte norte no nível do rio Guaporé. Assim o canal ligou a bacia do rio Paraguai á da Amazônia. No final da década de 1840, o Brasil começou a fabricar navios e embarcações menores a vapor que fez crescer ainda mais a economia e acelerou os transportes de passageiros e mercadorias.


Em 1853 o governo deu início ás obras das eclusas do rio Paranapanema que foram concluídas em 1858, e também no rio Negro para ligar o Brasil e a Venezuela e também construiu o canal do Amazonas de 1844 a 1853 em seu território. Outro canal importante foi o de Palmares do Sul (RS) construído de 1847 á 1849 ligando a Lagoa Casamento ao litoral do Oceano Atlântico e diminuindo a distância de Porto Alegre á Santos e outras cidades do litoral brasileiro. Em 1852, iniciaram-se as construções de eclusas e canais nos rios Tapajós e Teles Pires entre o Pará e Mato Grosso para ligar o norte ao oeste do Brasil e tendo a conclusão em 1859. Em 1852 um habitante da província do Amazonas propôs ao governo da província o projeto de construir canais entre as curvas dos rios meandros para diminuir as distâncias pelas hidrovias. O projeto foi aprovado e apresentado ao governo imperial que também se interessou. Em 1853 o governo do Piauí iniciou as construções de duas eclusas no rio Parnaíba até a Colônia de São Pedro de Alcântara (atual Floriano) e as concluiu em 1856. Em 1855 foram abertas as obras do canal do Amará na província do Pará com o objetivo de ligar os rios Amazonas e Pará tendo sua conclusão em 1864 diminuindo a distância de Belém (PA) a Manaus (AM) e outros municípios da região Norte. Em 1856 o governo imperial deu início as obras de eclusas e canais no rio Grande entre Minas Gerais e São Paulo para ter acesso ás hidrovias dos rios Paranaíba e Paraná tendo suas conclusões em 1863. Na mesma época foram construídas eclusas e barragens nos rios Verde e Sapucaí em Minas Gerais. Em 1857 o governo do Amazonas e o governo imperial deram início s construções dos canais nos meandros do rio Purus tendo suas conclusões em 1860. Na mesma época, o governo do Amazonas construiu uma eclusa no rio Branco (atualmente no estado de Roraima). Em 1859 o governo da província de São Paulo iniciou as construções de eclusas no rio Tietê para criar uma hidrovia até o rio Paraná tendo sua conclusão em 1865. Em 1861 iniciou-se a construção do canal de Grancisco na província de Minas Gerais para ligar os rios Grande e São Francisco, mas foi construído até Iguatama, sendo concluído em 1865. Na mesma época, o governo da Bahia construiu eclusas no rio Jequitinhonha para formar uma hidrovia até o Município de Araçuaí em Minas Gerais (hoje em Minas do Norte). Em 1865 foram iniciadas as construções dos canais nos meandros do rio Juruá na província do Amazonas pelo governo da província tendo a conclusão final em 1869. Na mesma época o governo provincial do Amazonas construiu o canal de Manacapuru entre os rios Negro e Solimões. Em 1868 iniciaram-se as construções de eclusas nas partes de corredeiras no rio São Francisco em Minas Gerais e Bahia tendo a conclusão em 1873. Em 1871, o Brasil e a Argentina deram início as obras das eclusas no rio Iguaçu até o rio Paraná tendo sua conclusão em 1876 ligando o leste e oeste do Paraná. Na mesma construíram também o canal de Sucujós e uma eclusa entre os rios Sucunduri e Tapajós na província do Amazonas (atualmente no estado do Madeira).

Até 1880 as hidrovias se expandiram quase em todo o Brasil transportando passageiros e mercadorias, sendo fundamental pelo crescimento econômico e se integrando com os países vizinhos.




Mapa das hidrovias do Brasil de 1880.


Em 1881 o governo do Maranhão iniciou a construção do canal de Caxias nesse município para ligar os rios Itapicuru e Parnaíba e o concluiu em 1882. Em 1891 o governo do Mato Grosso do Sul início a construção do canal de Coximrrentes para ligar os rios Coxim e Correntes tendo a conclusão em 1893 formando uma ligação hidroviária entre esses rios e com os rios Cuiabá e Paraguai. Em 1904, o governo iniciou as construções dos canais nos meandros do rio Acre e dois canais no território do Acre entre os rios Envira e Purus e Envira e Tarauacá tendo as conclusões em 1905.  No mesmo ano iniciaram-se as obras das eclusas e canais no rio Xingu no Pará, de Altamira á São Félix do Xingu tendo a conclusão em 1915. Em 1919 o governo do Amazonas iniciou a construção do canal de Tari para ligar os Purus e Coari e o Solimões tendo a conclusão em 1920.



Em 1934 o governo do Rio Grande do Sul iniciou a construção do canal de Santa Maria para ligar os rios Ibicuí e Jacuí e uma eclusa tendo sua conclusão em 1937 ligando o litoral do oceano Atlântico ao rio Uruguai. Em 1936 o governo federal construiu o canal de Maraã no estado do Amazonas (hoje no estado do Rio Negro) para ligar os rios Japurá ao rio Negro através do rio Urubaxi tendo sua conclusão no mesmo ano. Na época, o canal de Grancisco foi construído até a represa de Furnas, situada no rio Grande, fazendo a conexão com o rio São Francisco. Em 1941 o governo federal deu início a construção do canal de Serra Grande entre Ceará e Piauí para ligar o litoral do oceano Atlântico ao rio São Francisco com três eclusas em seu percurso, e também para a irrigação em regiões secas tendo sua conclusão em 1947. Na época foram construídas as represas e eclusas no rio São Francisco entre os estados da Bahia, Alagoas e Sergipe.


Nos anos 1950 o governo do estado de São Paulo criou um projeto para ligar o rio Tietê ao oceano Atlântico e construir eclusas na Serra do Mar e em parte do Tietê entre a cidade de São Paulo e Tietê. O tempo passou e o projeto não teve continuidade.

Na mesma época o governo federal desenvolveu o projeto de eclusas nos rios Arinos e Juruena nos territórios do Desbravadouro e Madeira. Em 1952 o governo do território de Solimões iniciou a construção do canal de Itamarati sendo concluído em 1955 e os canais meandros no rio Pauini iniciados também em 1952 e tendo suas conclusões em 1954.  Em 1963 iniciaram-se as construções dessas eclusas e foram concluídas em 1968. Em 1980 foram abertas as obras de mais duas eclusas no rio Juruena para fazer o acesso aos municípios de Juína e Três Rotas tendo suas conclusões em 1982. Em 1981 o governo do estado de Granrrios iniciou as construções de eclusas no rio Iriri tendo a conclusão em 1987. Na mesma época os estados de Granrrios e Carajás construíram o canal de Iringu, ligando os rios Iriri e Xingu. 


Atualmente os transportes hidroviários fluvial e marítimo contribuem para o desenvolvimento econômico do Brasil nas importações e exportações, e regulados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), entidade integrante da Administração Federal indireta e submetida ao regime autárquico especial. Tem, por objetivosː implementar, em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pela SEP - Secretaria de Portos e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte; regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária exercidas por terceiros, com vistas a garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas; harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservando o interesse público; e arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica.

Mapa das hidrovias e portos do Brasil de 2019.





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Pix: 033 064 281 24. Jonas Alexandre Xerém da Silva.






 










 




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